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Características do mundo moderno

Dizer que as coisas mudam é chover no molhado. Se Lavoisier disse que na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, Darwin complementa: ela não dá saltos.

Pois se o limiar deste século apenas dá continuidade ao fim do anterior, no espaço de uma geração, considerando-se 20 anos, houve no mundo atual grandes transformações. Não vem ao caso, aqui e agora, escrever um tratado sobre isso, nem mesmo sobre tudo: seria muita pretensão e vaidade. Além de impossível.

Tão somente apenas sobre o que se pode observar em nosso vasto país e, assim mesmo, nos centros urbanos, nalgumas regiões de nosso conhecimento, bem delimitadas. Mas observar o quê? Algumas transformações comportamentais das pessoas e nalguns outros setores da vida cotidiana, sem pretender emitir qualquer julgamento de valor, menos ainda críticas.

Nem mesmo compará-las com o passado, como se, como muitos imaginam, ele tivesse sido melhor do que o presente. E isso apesar de estar na moda, e não somente entre os mais vividos, mas até mesmo entre os mais jovens, dizerem que as pessoas eram mais felizes antigamente. Conversa mole para boi dormir. Há dúvidas.

Então o que é mais característico neste início de século? O que tem chamado mais a atenção? Dentro deste pequeno espaço, somente dois itens, dentre vários.

Como a pressa. Todos têm pressa para fazer alguma coisa, chegar nalgum lugar. Andam rapidamente, a pé, de carro, de moto. Tudo tem de ser veloz. No relacionamento entre as pessoas, não se tem paciência. É o caso de se perguntar: qual seria o motivo? Nem mesmo o apressado às vezes sabe as razões. Não quer perder tempo. Mas ganhar o tempo para quê?

Há justificativas importantes, como trabalhar para se viver, pois somente alguns poucos privilegiados conseguem viver sem trabalhar. Mas mesmo aqueles que já deixaram disso e nem precisam mais, continuam a viver agitadamente, como se ainda dependessem do trabalho para sua sobrevivência. O lazer é necessário. Mas mesmo nele, muitos não conseguem deixar de acelerar. Virou mania. A pressa, portanto, é uma característica deste século.

Outra, e essa é mais grave, é a depressão. Considerada uma doença, embora de caráter pessoal, pouco vista publicamente, leva a pessoa à tristeza, ao desalento, à baixa autoestima, à desesperança, ao desânimo para viver.

Considerada o “mal do século” pela Organização Mundial da Saúde, é o que mais tem preocupado os médicos e cresce cada vez mais. No passado também existia, como relatam os escritores, mas é no mundo moderno é que ela mais observada.

E o que leva à depressão? A essa pergunta, a resposta tem de ser desvendada pelos especialistas médicos. Talvez falta um objetivo mais concreto para se encontrar a felicidade. Mas o que seja a felicidade, isso irá depender do entendimento de cada pessoa.

Não é à toa que muitos encontram refúgio nas drogas. Mas essa é outra questão, também característica da modernidade. Outras ainda existem, muito mais leves. Porém essas ficarão para outra ocasião.

Redação

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