Início Cidade Clima: Árvores entram em “extinção” em Araraquara

Clima: Árvores entram em “extinção” em Araraquara

No Boulevard dos Oitis calor é mais ameno
No Boulevard dos Oitis calor é mais ameno

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2012, apontou Araraquara como sendo a 6ª cidade mais arborizada do Estado de São Paulo, e consequentemente uma das mais bem ranqueadas no país. Só para se ter uma ideia, naquele ano, a média de arborização das cidades era de 68%. Araraquara chegava a 97,2%. Á época, de quase 68 mil residências visitadas pelo instituto, apenas 1.845 casas não contavam com árvores próximas.

Árvores sempre se destacaram na cidade

Apenas 7 anos se passaram de lá para cá, e a realidade de agora é muito diferente. Hoje já existem ruas sem nenhuma árvore plantada. E as que ainda têm, começam a dar lugar ao crescimento populacional. E, claro, a primeira coisa que acaba sendo derrubado é o verde do local.

Obviamente que esse fato também se deve ao exponente crescimento populacional da cidade. Em 2012, a população estimada de Araraquara era de cerca de 208 mil habitantes. Hoje, segundo estudo do IBGE, somos quase 234 mil araraquarenses.

Mesmo assim, as árvores têm um papel fundamental em nossas vidas e devem ser preservadas. É o que nos explica a professora e bióloga Juliana Cristina Cordeiro. Segundo ela, as plantas desempenham papéis que são fundamentais em várias áreas. “São essencial primeiramente na distribuição dos gases. Sem árvores temos menos oxigênio e mais gás carbônico circulando, que é extremamente tóxico ao ser humano e contribui para o efeito estufa, que é algo que todos devemos evitar”, diz a especialista se referindo ao aquecimento global, que já é presente em nosso planeta.

Hoje em dias as árvores dão lugar ao crescimento populacional

De acordo com Juliana, esse fator de temperatura, inclusive, pode ser sentido nas próprias ruas da cidade. “As árvores também auxiliam nessa questão de sensação térmica, o que chamamos de macroclima e microclima, que são pequenas e grandes variações de calor em determinada região. Você sente, por exemplo, andando em uma rua sem árvores o calor é intenso, por outro lado, caminhar em uma praça arborizada, ou na rua 5 (Boulevard dos Oitis) você sente na hora a diferença que faz”, comenta.

Ainda segundo a bióloga, outro fator afetado é o ecossistema. “Há animais inofensivos, como pardais, que moram em árvores e acabam se adaptando às residências com a ausência de sua “casa”. Mas há também, pombas que são extremamente adaptáveis e transmissores de diversas doenças, além de outros que não são tão bem vistos como cupins e formigas. Na ausência das árvores, eles se alojam nas casas sem nenhum problema. Problemas são, infelizmente, dos moradores”, relata a professora.

E as que ainda têm não estão sendo tão preservadas assim…

Por fim, ela se atenta a um fator que acaba passando despercebido, mas que deveria ser levado mais a sério. “Visualmente a cidade fica mais feia com menos verde. É algo notório, visível. Já é cientificamente comprovado que isso acaba deixando as pessoas mais nervosas, seja no trânsito, na família. Ou seja, as árvores afetam em vários aspectos, e isso só prova o quanto a presença delas é essencial”, finaliza.

Vale lembrar que, o Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Araraquara (DAAE) é o responsável pela manutenção das árvores da cidade. Há uma lei em Araraquara que impede o corte, sem autorização, e as chamadas “podas drásticas” de árvores, com multas pesadas para os infratores, podendo chegar a 50 UFM’S, quase R$ 3 mil.

No caso de alguém encontrar alguma árvore que necessite realmente ser podada ou cortada, ele deve solicitar ao DAAE ou a prefeitura uma vistoria. Caso seja recomendada a poda, a Prefeitura Municipal de Araraquara, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, a executará. Entretanto, se o cidadão não quiser aguardar para seu atendimento, o mesmo poderá executar a manutenção do serviço observando os padrões estabelecidos pelo setor competente e legislação vigente.

Redação

Sair da versão mobile