Início Araraquara Com origem em Araraquara, fórum “Híbrido Etanol” chega ao Sul do Brasil

Com origem em Araraquara, fórum “Híbrido Etanol” chega ao Sul do Brasil

Debate sobre uma nova fonte de energia limpa para automóveis começa a se expandir para outros estados

Um debate “nascido” em Araraquara começou a se expandir para outros estados do Brasil. Em outubro do ano passado, o Centro de Eventos de Araraquara e Região (CEAR) sediou a primeira edição do fórum “Híbrido Etanol: O motor do futuro”, evento promovido e organizado pela Prefeitura de Araraquara juntamente com a 

Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP (FEM/CUT) para promover o debate em torno de uma nova fonte de energia limpa para automóveis. O sucesso do encontro foi tamanho que outras quatro edições já foram realizadas em 2022: a segunda de forma online em abril com a organização do ABC Paulista, a terceira em Sorocaba no mês de maio, a quarta realizada em junho em São José dos Campos e a última realizada neste mês de dezembro na cidade de Joinville, Santa Catarina.
A cada edição, o evento toma proporções maiores e o último fórum mostrou que vem sendo cumprida com sucesso a meta de expandir os debates para todo o Brasil, com o objetivo de criar um programa nacional do setor e contribuir com a construção de um futuro pensando no meio ambiente e na sustentabilidade.

A quinta edição do fórum foi organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT) e pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o apoio do Centro de Eventos de Araraquara e Região (CEAR), Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados – (CEMPEQC/UNESP) e Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT/SP (FEM/CUT). O evento reuniu, no último dia 7, no Parque Tecnológico e Centro de Inovação Ágora Park, em Joinville, sindicalistas, professores e representantes de indústrias locais em torno do debate, que deu destaque aos avanços da academia.  

Os participantes

A edição de Joinville foi iniciada com a saudação das autoridades presentes, entre elas a presidente da CUT/SC, Anna Julia Rodrigues; o diretor geral da UFSC (Campus Joinville), Diego Greff; do professor doutor da UFSC, Modesto Hurtado Ferrer; do presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP, Erick Silva; e do secretário-geral da CNM/CUT, Loricardo Oliveira.

Além de diversos representantes de entidades sindicais de classe da CUT e demais centrais sindicais, também estavam presentes o secretário de Formação da CNM/CUT, Renato Almeida; o presidente da Morada do Sol Turismo, Eventos e Participações S/A, Manoel Araújo Sobrinho; e o coordenador do Centro de Monitoramento e Pesquisa da Qualidade de Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados – CEMPEQC/UNESP, Rodrigo Marques.

Com uma forte atuação da academia, o debate contou com quatro palestras, O diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, abordou o tema “Caminhos para a descarbonização e reindustrialização”. Na sequência, o professor doutor da UFSC (Campus de Joinville), Leonel Cancino, levou ao conhecimento da plateia seus estudos sobre o “Uso eficiente do etanol como combustível na indústria do transporte”. O Professor Doutor da UFSC, Rafael Catapan, abordou sobre o “Hidrogênio musgo: Produção a partir da reforma do etanol”. A última palestra trouxe os avanços das pesquisas produzidas pela ArcelorMittal ao redor do mundo através da experiência do especialista em pesquisa e desenvolvimento da unidade Vega do Sul, o engenheiro metalurgista Fabrício Cerqueira.

A plateia da quinta edição do fórum contou majoritariamente por alunos dos cursos de engenharia da UFSC, que tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o debate em torno da abrangência que estas mudanças irão provocar não apenas nas cadeias produtivas, mas em toda a sociedade.

Debate proveitoso

O coordenador do CEMPEQC/UNESP de Araraquara, Rodrigo Marques, explica que os debates dão sequência aos eventos realizados em território paulista. “Se encerrou o ciclo em São Paulo e se iniciou o ciclo em que o evento passou a viajar pelo Brasil. Passamos em Joinville, vamos agora para Curitiba e depois vamos para Pernambuco, Amazonas e terminaremos em Brasília. O evento em Joinville foi bem bacana. O pessoal que organizou anteriormente continuou na organização e continuará nos próximos eventos também. Em relação aos temas abordados, foi uma continuidade do que debatemos no ciclo de São Paulo”, comenta.

Ele revela que o encontro trouxe algumas novidades. “Teve um pesquisador que apontou que temos muita coisa a fazer em relação ao motor de combustão a etanol e mostrou exemplos de como melhorar a eficiência do etanol. Esse é um caminho que temos que buscar também, que é o da melhoria da combustão do etanol, mas não perdendo o foco que é a mobilidade elétrica, pensando no híbrido etanol. Tivemos um professor que apresentou o hidrogênio obtido a partir da reforma a vapor do etanol, que é a tecnologia que acreditamos que é o carro com a cara do Brasil. Um dos últimos debatedores, que vem a indústria do aço, trouxe uma questão muito importante e mostrou todos desenvolvimentos tecnológicos que a indústria do aço tem feito para acompanhar essa tendência de eletrificação pensando em diminuir peso dos automóveis, mas também na resistência e proteção dos componentes que vão envolver esse carro do futuro. No fim, houve a participação dos presentes com perguntas muito boas enviadas pela internet”, relata Rodrigo.

Ele destaca que a organização já iniciou o planejamento para o próximo encontro. “Saímos com o saldo muito positivo. Acreditamos que conseguimos avançar no debate, trazendo algumas informações complementares ao que já tínhamos feito e agora continuamos tentando juntar a turma para Curitiba, construindo esse debate e já pensando em sugestão para um modelo de política pública que temos chamado de ‘Novo Pró-Álcool, para tentarmos encaminhar a sugestão como consequência desses debates que temos construído”, completou.
Erick Silva também valorizou o encontro. “O evento de Joinville foi a primeira oportunidade de nacionalizarmos a discussão sobre o potencial do etanol, aproveitado de forma excelente pela organização da CNM, da UFSC e do Sindicato local”, ressaltou o presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP.

O presidente da Morada do Sol Turismo, Eventos e Participações S/A, Manoel Araújo Sobrinho, frisou a importância do fórum de Joinville. “Novamente ganhamos, com a presença da academia, mais robustez, mais conteúdo. Lá nós pudemos ver as várias pesquisas que estão em andamento, inclusive do hidrogênio estacionário, além da perspectiva do hidrogênio a partir do etanol para célula a combustível no modelo embarcado e para motor estacionário. Pudemos ver também que cada vez fica mais claro que o etanol é um combustível limpo que deve continuar sendo uma matriz energética importante para o país. Isso está dentro do que estamos conversando no Híbrido Etanol, que é embarcar no etanol a nova tecnologia do hidrogênio como célula de combustível. O país tem que olhar para o futuro e ver que essa deve ser a nossa grande aposta”, esclareceu.

Manoel acrescentou que a meta é fazer chegar ao governo federal todos os estudos e debates abordados em todas as edições do fórum Híbrido Etanol. “Nesses últimos dias, inclusive, já entregamos um documento para o governo em transição e queremos pautar o novo governo, que assume em janeiro, com a proposta do Híbrido Etanol e a proposta do hidrogênio ser uma matriz energética que seja embarcada no etanol no Brasil. Joinville cumpriu um papel muito importante nesse sentido e vamos para o restante do país até chegar no Planalto Central, no novo governo do presidente Lula, com uma proposta mais encorpada e bem formatada”, assegurou.

Híbrido etanol

O Brasil, que há décadas já utiliza o etanol como combustível limpo, é classificado como a principal fonte sustentável com base em biocombustíveis do mundo e seu etanol de cana-de-açúcar é considerado o combustível alternativo mais bem sucedido até o momento. Entretanto, a indústria automobilística global passa atualmente por uma de suas maiores reinvenções e caminha para um futuro sustentável. A novidade, que norteia o evento, é o desenvolvimento de veículos híbridos elétricos com propulsor a combustão movido exclusivamente a etanol.

A ideia envolve um sistema híbrido, composto por um motor a etanol associado a um elétrico, e as perspectivas da célula de hidrogênio. Assim, esses veículos não teriam a necessidade de serem carregados na tomada e teriam a vantagem de ter uma pegada de carbono menor do que a dos veículos somente elétricos, desde a fabricação até o descarte, o que seria de extrema relevância no atual momento em que a preocupação com o meio ambiente é uma das prioridades exigidas pelo mercado.

Sobre o evento

O evento “Híbrido Etanol: o Motor do Futuro” é organizado pela Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo (FEM-CUT/SP), União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) e pelo Centro Multidisciplinar de Pesquisa em Combustíveis, Biocombustíveis, Petróleo e Derivados (CEMPEQC). É apoiado pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelas montadoras Volkswagen e Toyota. 

O fórum de Joinville pode ser conferido na íntegra pelo link www.youtube.com/watch?v=9VUMRRqIg5g.

Redação

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