A comandante da Guarda Civil Municipal de Araraquara, Juliana Zaccaro, foi destaque nesta quinta-feira (7) no “Canal Direto com a Prefeitura”, programa produzido pela Secretaria Municipal de Comunicação e que até esta sexta-feira (8) apresenta o especial “Semana da Mulher”, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
Juliana lembrou de como foi o início de sua trajetória na GCM. “Eu entrei para a Guarda Civil Municipal em 2006 e trabalhei em vários setores, principalmente com casos envolvendo violência doméstica. Entendo isso como uma missão. Trabalhei muito tempo nessa área, muito tempo no Abrigo de Mulheres, e tenho alguns cursos especializados. Isso para mim foi um grande ganho, porque criamos uma empatia se colocando no lugar do outro, auxiliando essas famílias que tanto necessitam do nosso trabalho. Eu entrei em 2001 na Prefeitura, como merendeira. Por isso, quando entrei na Guarda, eu já tinha conhecimento das problemáticas das escolas, das questões familiares, de questões relacionadas às crianças. Eu também já tinha conhecimento dessas questões por conhecer várias escolas das periferias, então quando eu entrei na Guarda, por conhecer a comunidade, eu já tinha um conhecimento maior do que os demais colegas que lá estavam”, revelou.
Ela falou sobre os preconceitos vividos por ser uma mulher no comando de um importante órgão da cidade. “Hoje, quando falamos de líder feminina, ainda há muito preconceito. As pessoas nem pensam muito nisso, é muito difícil, mas hoje eu sou agraciada porque estou em um governo que veio pra quebrar esse preconceito, colocando mulheres nos maiores cargos de liderança. Eu tenho que agradecer, porque nós temos uma abertura para trabalhar como lideranças mais inclusivas. Isso nos faz trabalhar em conjunto com uma capacidade maior de inovação”, acrescentou.
A comandante destacou que sabe diferenciar críticas que são feitas para somar de outras que possuem um tom preconceituoso. “Muitas vezes as pessoas vêm para destruir todo aquele esforço e dedicação que temos diariamente. Algumas críticas nós entendemos como construtivas, porque vêm para fortalecer e alavancar ainda mais o nosso trabalho, mas também identificamos aquelas questões destrutivas, e eu entendo que elas falam muito mais sobre aquela pessoa e o que ela está trazendo. Hoje também temos um olhar diferenciado porque muitas vezes uma pessoa vem com uma crítica destrutiva, mas ela está gritando por socorro. Temos aqui em Araraquara muitos equipamentos que dão suporte para auxiliarmos essa pessoa a partir do momento em que ela dá abertura para que possamos auxiliá-la”, frisou.
Juliana Zaccaro também revelou uma passagem marcante que vivenciou na Guarda Civil Municipal. “Tem uma ocasião que eu guardo para mim e fico até emocionada ao contar. No dia 31 de dezembro de 2008, eu estava na Casa Abrigo de Mulheres. É diferente o trabalho lá do trabalho em uma viatura. Em uma viatura, no patrulhamento, o dia 31 passa muito rápido. Lá é o contrário. Lá eu pensava o tempo todo que estava longe da minha família. Mas tinha uma mulher abrigada. À meia-noite, ela bateu na porta e me entregou uma carta. Nessa carta ela agradecia todo o trabalho que era feito por nós, por toda aquela rede de atendimento e de apoio. Isso me trouxe uma emoção tão grande e veio reforçar como o nosso trabalho é importante para a sociedade”, comentou.
Ela concluiu sua participação com uma mensagem para as mulheres. “Eu falo para as mulheres que temos que acreditar em nosso potencial. Passamos por tantos processos em nossas vidas, e quando o sucesso chega, ficamos sem acreditar se é verdade ou não. Temos que acreditar sim. Cada um traz a sua bagagem e não tem como comparar a bagagem e os problemas de uma pessoa com os de outra. Por isso, eu digo muito que nós, mulheres, temos que nos auxiliar. Nós nascemos para brilhar”, finalizou.
