Da redação
O jornalista araraquarense, Pedro Bevilaqua Grossi, de 26 anos, que atualmente mora em Ribeirão Preto, trabalhou na Disney de novembro de 2016 até fevereiro do ano passado e teve, segundo ele, a felicidade de ser aceito em outro programa para voltar em junho.
Ele conta que a porta de entrada para trabalhar lá foi através do programa chamado International College Program, que é oferecido para universitários maiores de 18 anos de vários países do mundo. “O critério de escolha é separado em duas fases, a primeira é administrada pela agência STB. A pessoa se inscreve no começo do ano e agenda uma palestra em São Paulo, que, geralmente, acontece em maio. Depois da palestra você faz uma entrevista em inglês, geralmente em dupla, um mês depois chega o resultado. Já a segunda fase não tem palestra, é feita também em São Paulo e com funcionários da Disney”.
Pedro explica que a presença na palestra é obrigatória e que os funcionários da STB falam bastante sobre o programa. Ele acrescenta que ficou sabendo do programa por uma comunidade no Facebook. “Não era muito divulgado, mas foi ganhando mais fama com participações de youtubers, mais gente entrando no grupo do Facebook”.
O jornalista também ressalta que a viagem e o local para ficar não são por conta do programa. “Não pagamos nada para nos inscrevermos, mas eles não pagam nada para você também”.
Questionado sobre se a experiência é válida ele diz que sim. “Super! Foi a melhor experiência da minha vida, ainda mais para mim que sempre amei filmes e desenhos da Disney”, diz contando que sempre quis muito trabalhar em um brinquedo. Conseguiu e foi maravilhoso estar lá, principalmente ver a reação das pessoas que estão realizando um sonho”.
Ele diz que, como monitor, o maravilhoso é ter a liberdade de deixar mais especial a visita das pessoas. “O monitor é também um personagem que eles chamam de roles, como se fossem papéis de uma apresentação. Tem quick servisse (atendimento rápido), trabalhar em restaurantes e carrinhos de comida, attractions, que foi o que eu fiz, que (e trabalhar em brinquedo, shows) perfomer, se vestir do personagem, merchan nas lojas. Eu trabalhava em várias partes dos brinquedos, fazendo um rodízio com os outros cast members ( os trabalhadores da Disney), os “membros do elenco”.
Foram no total 67 dias, mas neste ano fica mais tempo, 81 dias. Pedro trabalhou em um brinquedo que tinha um carrinho que passava pelos cinco sentidos do ser humano. “Também trabalhava num cinema 4D de curtas da Pixar e no show de fogos que acontecia toda noite no Epcot, parque que eu trabalhei. Amava o que fazia. OEpcot tinha o Illuminations. O Epcot tem duas partes, o Future World onde eu trabalhava, que tinha coisas do futuro e tal e o World Showcase, que tem 11 pavilhões de 11 países diferentes. É um parque fantástico, se tornou meu preferido, pois ser turista é uma coisa, mas ver como a coisa acontece é outra. Você passa a prestar atenção em tudo o que está acontecendo, porque a segurança é o mais importante de tudo. Ai você fica preocupado com os outros, pede para descer ou não ficar em certo lugar que não pode, que possa ser perigoso”.
Lado criança
Para Pedro, o interessante é que seu lado criança sempre esteve presente, pois, embora seja um emprego temporário, é genial. “Eu tive conversas maravilhosas com muitas famílias, casais. Não dá para descrever tudo, mas teve uma vez que eu consegui fazer uma criança parar de chorar antes de entrar no brinquedo, o pai ficou super feliz. Outra vez brinquei com um menino e ele me pediu um abraço. Chamava casais que estavam comemorando data juntos para entrar na fila mais rápida, para ver os fogos num lugar especial. Quis voltar porque lá eu sou muito, muito feliz, ajudou a abrir mais minha cabeça, conversar e entrevistar qualquer pessoa, sobre qualquer assunto, a perder a vergonha de falar em público também. Você se esforça mais pra fazer algo bem feito. E lá, eles te encorajam muito nesse sentido”.
Brasileiros se destacam
Segundo Pedro, os brasileiros se destacam em meio a galera. “Somos e não somos bem vistos. De um lado é futebol e de outro corrupção, mas não tive nenhum problema de preconceito, xenofobia, nada, mas fiquei sabendo de brasileiro que teve, pois lá a gente tem fama de ser animado mesmo, até bagunceiro e tal. E só para concluir: ter a chance de tornar uma visita de uma pessoa só ou de uma família toda melhor e inesquecível, ver o sorriso na cara delas ao te agradecer, vale todo investimento que você faz no programa, sem contar nos amigos que você faz pra vida toda, que são os melhores presentes que você traz de lá”.