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Copa do Mundo: animados ou desanimados?

Da redação

 A Copa do Mundo de 2018, na Rússia, está chegando. No dia 14 de junho, Rússia e Arábia Saudita fazem o primeiro jogo do Mundial no Estádio Luzhniki, em Moscou. A partida começará às 12h e será o único jogo do dia.

Antes da partida haverá uma breve cerimônia de abertura. Segundo Alexei Sorokin, diretor-geral do Comitê Organizador Local, a festa será mais curta do que nos últimos dois Mundiais, na África do Sul e no Brasil.

Os brasileiros não andam muito animados para o evento mundial e a maioria acredita que temos problemas mais urgentes a serem resolvidos politicamente, por exemplo, no país. O movimento dos caminhoneiros teve o mérito de trazer de volta a discussão sobre o nosso modelo de Estado, sobre o qual se faz urgente uma reforma tributária, fiscal, além de redução das despesas, eliminação das mordomias e excessos que devastam as finanças públicas e a moralidade brasileira, enfim, diminuindo o tamanho do Estado. Esse imbróglio todo envolvendo os caminhoneiros, mas acima de tudo, o povo em geral, parece ter tirado o gosto pelo futebol que é uma marca nacional.

O mascote da Copa 2018 é o lobo siberiano Zabivaka

Desanimados

Para Ernesto Lopes, a Copa perdeu suas cores. “Hoje o brasileiro já não se vê como um povo “único” que comunga de valores comuns. Tristes tempos. A própria corrupção rampante no futebol mundial, com escândalos na Fifa, subornos, partidas compradas, está jogando o futebol como espetáculo no lixo. As pessoas já não acreditam em nada e em ninguém, quanto mais na lisura de um esporte tocado basicamente a dinheiro e patrocínios insanos”, resumiu.

Henrique Jurique, que não está animado com a Copa, “nós brasileiros precisamos ser campeões de verdade, pois nunca passamos pelas eliminatórias, não ganhamos da pobreza, não conseguimos nem um empate com a educação e estamos perdendo de 10 a zero na saúde e para a corrupção. Não temos seleção que realmente nos orgulha nas verdadeiras prioridades que o povo brasileiro precisa”.

Já o jornalista Gabriel Bagliotti diz: “Não estou animado com a copa. Irei assistir aos jogos, mas acredito que desta vez temos reivindicações mais importantes do que a busca pelo hexa como Saúde, Educação, Segurança e outras pautas que são mais urgentes e importantes”.

Diante desse cenário incerto que vive o Brasil, os torcedores parecem mais animados a tentar consertar os erros que políticos comentem, do que chacoalhar bandeiras pelo nosso time “Canarinho” que já não encanta como nos áureos tempos do futebol arte.

Animados

Mas, mesmo diante de um contexto sombrio outros aguardam ansiosos pelas partidas, Francisco Salles Colturato diz que: “Estou animado sim, e duvido que todos que estão se manifestando contrariamente não irão assistir aos jogos. Quanto ao desânimo, isso se deve ao momento político e econômico, mas que irão assistir aos jogos, isso irão”.

Já Newton Veloso pensa que “Toda Copa é o mesmo papo. Só esquecem que estamos nisso há décadas. Se a culpa é do futebol fica fácil, é só acabar com o futebol no país, o que é mais fácil que acabar com urnas corruptas e esse megaestado movido a burocracia bilionária”.

O jornalista Celso Luís Gallo se diz animado. “Não vou ser mais ou menos preocupado com o Brasil se torcer ou não para a seleção. Não tem nada a ver. Gosto de futebol e adoro Copa”.

Para o advogado Júlio César Oliveira Prado, Copa e crise são coisas distintas. “Não precisamos deixar de curtir o que gostamos, apesar dessa crise. Devemos na verdade ter foco no que é o problema. Que atualmente atende pela alcunha de ‘político’. Todos os que estão aí jamais deveriam ser reeleitos”.

A animação pela Copa fica por conta de Zé Roberto Cobra que já foi a várias copas e diz que “uma coisa é uma coisa e, outra coisa é outra coisa. Assim como não devemos levar nossos problemas de trabalho para casa e vice versa, também não podemos misturar a situação do país com futebol. Já pensou se não houvesse futebol, novela, cachaça com amigos e outros atrativos de lazer? Esta galera confunde rabugice com seriedade. Depois vão pras urnas e a usam como latrina. Como se o futebol fosse culpado de sermos tão sem moral e ética”.

Vale lembrar que durante a Copa que foi realizada no Brasil em 2014, em meio a manifestações de “não vai ter Copa”, a reportagem cobriu os protestos nas ruas de São Paulo e a abertura dentro de campo. O que se viu foi que com o início dos jogos os ânimos se acalmaram e o país voltou a respirar futebol. Vamos destacar que se o futebol alienasse mesmo as pessoas, a Inglaterra seria o país mais alienado do mundo, pois recentes pesquisas revelam que a quarta divisão inglesa atrai mais torcedores aos estádios do que a Série A do Brasileirão.

Redação

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