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Covid-19: araraquarenses internados caem pela metade, enquanto pacientes da região são o dobro de fevereiro

Após um mês da adoção do lockdown — dez dias com medidas mais restritivas de circulação para a contenção da transmissão da Covid-19 em Araraquara —, o panorama das internações em hospitais do município mudou. Cresceu o número de pacientes de outros municípios e caiu a quantidade de pacientes araraquarenses.

Isso ocorre porque Araraquara é uma das principais cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS 3) e acolhe pacientes de outros locais da região por meio do Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), sistema online da Secretaria Estadual de Saúde para transferências hospitalares.

Em 21 de fevereiro, quando Araraquara começou o lockdown (que vigorou até 2 de março) e enfrentava situação delicada na ocupação de leitos, eram 218 internados no município. Desses, 180 eram pacientes araraquarenses e 38 tinham sido enviados por outras cidades.

No último domingo (21), um mês depois, a situação era completamente diferente: dos 172 internados (queda de 21%), os pacientes de Araraquara passaram de 180 para 94, ou seja, praticamente caíram pela metade (redução de 48%). Já os pacientes de outros municípios subiram de 38 para 78 (aumento de 105%, mais que o dobro).

“Isso mostra que o lockdown em Araraquara deu resultado. A redução nas internações de pacientes de Araraquara é proporcional ao número de novos casos, já que 20% dos infectados, em média, precisam de leito de internação”, explica a secretária municipal de Saúde, Eliana Honain.

Na segunda-feira (22), uma reunião entre prefeitos da região abordou a necessidade de adoção de medidas regionais para enfrentamento da Covid-19.

A apresentação dos técnicos do DRS mostrou que a situação da pandemia na região ainda é crítica, com pressão sobre os leitos hospitalares. O pico de novos casos de Covid-19, agora, é o dobro do registrado no pico do ano passado. O número de pacientes internados em UTI em toda a região é o triplo do pior momento de 2020.

“Araraquara, sozinha, não sairá da fase vermelha do Plano São Paulo se a região também não sair, por mais que nosso isolamento social tenha dado resultados e salvado vidas. É necessária uma união regional para abaixarmos a curva de contaminação, internações e óbitos em todos os municípios do nosso DRS, o que irá possibilitar o retorno gradual e seguro das atividades econômicas”, afirmou o prefeito Edinho.

Mais tempo na UTI

Outra alteração no panorama das internações é a queda de pacientes na enfermaria e o aumento de casos graves que demandam UTI. Com a circulação da nova cepa do coronavírus (a variante P.1., a mesma encontrada em Manaus), os profissionais de saúde observam que o tempo de internação está se ampliando.

Em 21 de fevereiro, a maioria das 218 internações era em enfermaria (casos mais leves): 155 contra 63 pacientes na UTI. Um mês depois, em 21 de março, 86 pacientes estavam em enfermaria e 86 em UTI — houve crescimento nos quadros mais graves da Covid-19.

“Hoje, a demanda para internação é maior para UTI do que para enfermaria, por causa do agravamento maior dos casos. O tempo médio de internação passou de 15 dias para 25 dias”, relata Eliana Honain.

Redação

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