José A Silva
Sem a emissão de CO2 a Raízen, uma das empresas de energia mais competitivas do mundo, que usa todos subprodutos da cana-de-açúcar sem poluir a atmosfera, anunciou o seu novo projeto de R$ 150 milhões. Na manhã de ontem, em Guariba na unidade Bonfim, ocorreu o lançamento da pedra fundamental da planta de biogás. A placa foi descerrada por Luiz Henrique Guimarães, presidente da Raízen, e Alessandro Gardemann diretor da GEO Energética.
No evento foi anunciada a joint venture com a Geo Energética para criação da primeira planta no mundo em escala comercial a utilizar a tecnologia de conversão da torta de filtro em biogás. A operação terá foco na geração de eletricidade utilizando a torta de filtro e a vinhaça – subprodutos da cana-de-açúcar -, como matéria-prima e consolida o posicionamento da Raízen como player integrado de energia, reforçando o pioneirismo da empresa em ações de inovação e desenvolvimento do setor com foco em energias limpas e renováveis. Segundo dados preliminares da RenovaCalc, o biometano reduz em 96% as emissões de CO2, sem contar a diminuição de emissão de partículas poluentes, e chega a ser 90% inferior em comparação aos combustíveis fósseis. Esses valores são equivalentes à classificação EURO 6, nível máximo da norma europeia de regulamentação que visa a diminuição da emissão de poluentes de veículos movidos a diesel. Uma tecnologia mais limpa, sustentável, com benefícios para o consumidor e para o meio ambiente.
A Raízen terá participação de 85% das ações na joint venture e a Geo Energética 15%. A Geo Energética é atualmente a única empresa a utilizar a torta de filtro e a vinhaça de cana como fontes para obtenção do biogás e geração de energia, em uma planta demonstração com capacidade instalada de geração de até 4MW de energia. A combinação da torta de filtro com a vinhaça para obtenção do biogás na nova planta permitirá uma produção de 138 mil MWh por ano, suficiente para abastecer, por exemplo, o município de Guariba e as cidades próximas, no interior paulista. Desses, 96 mil MWh serão vendidos dentro de um contrato de leilão de 2016, do qual a Raízen foi a vencedora, e o valor excedente de energia poderá ser negociado no mercado livre ou comercializado por meio de outros contratos.
“Com essa iniciativa, a Raízen reforça seu pioneirismo em ações de inovação e desenvolvimento do setor com foco em energias limpas e renováveis, alinhadas a políticas públicas, como o RenovaBio. Com isso, consolidamos mais uma vez nosso papel como protagonistas da sustentabilidade por meio da economia circular, ao aproveitarmos todos os resíduos e insumos utilizados em nossos processos na geração de novos produtos. Dessa forma, contribuímos diretamente para o meio ambiente ao reutilizar resíduos industriais e criar produtos sustentáveis que ajudam a limpar a matriz energética brasileira”, explica João Alberto Abreu, vice-presidente executivo da área de Etanol, Açúcar e Energia da Raízen.
A planta conta ainda com parceria com a Sebigás/Cótica, empresa que será responsável pela construção de parte da biodigestão de vinhaça. A Sebigás/Cótica aporta sua experiência ao projeto, tendo construído mais de 70 plantas de biogás ao redor do mundo.