Em participação no programa “Canal Direto Especial Fim de Ano”, a diretora executiva da Fundação Municipal Irene Siqueira Alves (FunGota), Lúcia Ortiz, apresentou um balanço de 2022 e as perspectivas para o próximo ano. O programa foi exibido no Facebook da Prefeitura, onde o vídeo se encontra disponível para visualização.
Lúcia iniciou sua participação com uma explicação sobre os serviços geridos pela FunGota. “Sempre que falamos da FunGota, temos que pensar que ela é uma grande parceira da Secretaria Municipal de Saúde. Trabalhamos em conjunto e em uma grande harmonia na execução das políticas de saúde no município de Araraquara. Hoje, dentro desse grande projeto de assistência, a FunGota cuida da Maternidade Gota de Leite, da Unidade de Retaguarda do Melhado e das três UPAs, que são a UPA do Valle Verde, a UPA Central e a UPA da Vila Xavier”, pontuou.
A diretora da FunGota mencionou ainda a importância de outro espaço de saúde que foi gerido pelo órgão em 2022, o Hospital de Campanha, que cumpriu um papel fundamental neste ano. “Podemos dizer que o Hospital de Campanha teve uma atuação híbrida, visto que no começo do semestre ele era o centro de testagem da Covid-19 e foi muito importante para fazer diagnóstico, isolar as pessoas e diminuir a transmissão no município. E logo em seguida veio a epidemia de dengue e novamente o Hospital de Campanha virou um centro de testagem de dengue. Acredito que essa atuação das três UPAs cuidando da assistência dessas duas doenças que foram epidêmicas, e do Hospital de Campanha sendo um grande centro de testagem, diferenciou Araraquara do resto do estado. Eu acho que isso foi uma atividade que nos marcou muito, que nos deu muita responsabilidade, muita preocupação, muito trabalho, mas muito orgulho de poder oferecer isso para a população de Araraquara, que sem dúvida foi fundamental no desenrolar da epidemia”, comentou.
Lúcia ressaltou ainda os investimentos realizados pela FunGota em 2022. “Por falarmos de saúde, as pessoas podem pensar que o maior investimento que vou falar se refere a aparelhos, construção de unidades, mas este ano o maior investimento da Fungota, sem dúvida nenhuma, foi no recurso humano. A FunGota hoje tem quase 800 funcionários. A grande maioria é composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros e profissionais da área da saúde. O grande investimento foi atender uma reivindicação da categoria, que era de implantar as 30 horas. Existia essa diferença de carga horária entre os nossos funcionários, os funcionários de outros hospitais e mesmo os funcionários da área de saúde da Prefeitura. Tínhamos essa promessa e trabalhamos por dois ou três anos e, graças a Deus, desde o dia 19 de outubro, a equipe da Fungota também faz 30 horas. Não é um investimento barato, exigiu um aporte de investimento maior, por isso eu acredito que esse seja o maior investimento. Saúde quem faz são pessoas, os equipamentos são acessórios. Quando você investe em pessoas, você está investindo na qualidade do atendimento”, observou.
Ela afirmou ainda que 2023 é um ano de muita expectativa para a diretoria e funcionários da FunGota. “Queremos que Covid deixe de ser essa prioridade e vire um atendimento de rotina, porque existem muitas outras coisas que vêm acontecendo, outras patologias que precisam ser cuidadas. Nós, que cuidamos das UPAs, vemos diariamente a consequência da pandemia na vida das pessoas. Os hipertensos estão descontrolados, assim como os diabéticos, os diagnósticos de câncer estão retardados, então tem todo um restabelecimento da assistência que deve ser feito. Isso, sem dúvida nenhuma, será o foco de todo nosso investimento, para conseguir absorver esses atendimentos eventuais decorrentes do controle inadequado por conta do afastamento, mas também restabelecer o atendimento de rotina para evitar as complicações. Esse é um investimento muito mais de trabalho, de treinamento de equipe e reorganização de serviço do que realmente de investimento”, citou.
A diretora falou também de investimentos na Gota de Leite, que já deixou de ser simplesmente uma maternidade e virou um hospital de referência para a saúde da mulher e da criança em alguns procedimentos. “Estamos adquirindo um aparelho de videoscopia, que permite fazer a cirurgia por vídeo. Muitas cirurgias, que até então, para serem feitas, era preciso abrir o abdômen da mulher, esse aparelho vai permitir fazer por vídeo. A qualidade da cirurgia é a mesma, mas diminui o tempo de recuperação, melhora o tempo de reabilitação da mulher ou da criança. Poucos serviços SUS têm esse aparelho e, através do atendimento privado que a Fungota presta, conseguimos reservar um dinheirinho para comprar esse equipamento e retornar para a população do SUS um atendimento mais qualificado, de mais qualidade”, enalteceu.
Lúcia encerrou sua entrevista com uma mensagem de otimismo para o próximo ano. “A primeira palavra que desejo para as pessoas é saúde, que é o começo de tudo, mas estamos vendo que estamos muito cansados, parece que estamos desesperançados, então eu penso também na palavra resiliência, que é a capacidade que temos que desenvolver para entender as dificuldades, aceitar as dificuldades, mas não nos entregarmos. É preciso respirar fundo, tirar a poeira da roupa e começar a luta, para de novo reconstruir nossas vidas. Estamos aprendendo tudo de novo, aprendendo a sair, aprendendo a dividir espaço e até aprendendo a ver o rosto das pessoas, pois tem pessoas que conheci durante a pandemia e que não conheço sem máscara. Então meu desejo é saúde e resiliência para retornarmos a uma vida normal”, completou.
Vale destacar que Lúcia Ortiz recebeu no último dia 16 de dezembro o título de Cidadã Araraquarense da Câmara Municipal, indicado pelo vereador Paulo Landim (PT) e aprovada pelos demais parlamentares. Uma das principais lideranças da cidade durante o enfrentamento da pandemia da Covid-19, Lúcia Ortiz é natural de Marília e trabalha na Saúde de Araraquara desde 1985, quando entrou para a rede municipal como enfermeira. Desde então, passou por diversas funções, incluindo secretária de Saúde, e ocupa a diretoria executiva da fundação desde 2017.