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Discussão sobre custo da Parada Gay 2018 em Araraquara vai parar na delegacia

Da redação

 Nessa semana, um post feito pelo publicitário Théo Bratfisch em um grupo fechado em rede social na internet, causou certo mal estar acerca dos custos da Parada LGBT 2018, e da necessidade da festa ser realizada em Araraquara, sendo que o evento no ano anterior custou os cofres públicos municipais, através da Fundart, R$ 28.080,00.

A postagem questionava ‘Qual o custo da Parada Gay da prefeitura de Araraquara em programa de política pública municipal ao abecedário colorido’.

Pessoas ligadas à organização do evento reagiram sobre a importância de se realizar o ato, afinal, segundo levantamento do Grupo Gay Bahia que coleta dados há 38 anos, a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da “LGBTfobia”, o que faz do Brasil o campeão mundial desse tipo de crime.

Um dos comentários dizia: “Como destilar a sua homofobia de forma discreta”. Logo abaixo Gabriela Palombo, presidente da Fundart – Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara, curtiu e concordou com o comentário. Isso bastou para que o publicitário fizesse um Boletim de Ocorrência contra Gabriela por calúnia. Ele quer que ela responda na justiça por sua concordância.

Theo afirma que “O assunto em discussão no post era sobre Orçamento Público. Não sou contra eventos dessa natureza e nem caberia por não ser da minha alçada, ao mesmo tempo em que coloco minha posição individualizada como cidadão araraquarense, de não concordar em pagar impostos para que politiqueiros partidários desfilem em carro alegórico para pregar a divisão segmentada da sociedade que é um todo; se querem passear em carro aberto em dia de festa que aluguem um com verbas dos seus gabinetes, já que nenhum desses coloca recurso próprio para se divertirem a custa dos cofres públicos municipais”.

A Parada Gay 2018 reuniu cerca de 5 mil pessoas em Araraquara

Preconceito

Wilton Vital, que faz parte da organização do evento e também teceu comentários nessa mesma postagem, disse à reportagem que muitos materiais utilizados na parada foram reutilizados e não foram comprados com dinheiro público, além disso, atrações como Gloria Groove, foram conseguidas com um preço muito inferior ao que ela opera no mercado. Diz ainda que muita coisa foi paga pelos organizadores e muitos se voluntariaram em nossa festa.
“Um custo de R$ 27 mil para um evento que trouxe centenas de pessoas para a cidade, gerando recursos para vários segmentos, ser questionado me espanta, pois deveríamos ser parabenizados. Ficou evidente que esse questionamento teve um viés preconceituoso. As pessoas se esquecem que os LGBT’s pagam seus impostos e têm os mesmos direitos como qualquer cidadão”, resumiu.

Patético

Gabriela Palombo falou sobe o assunto à reportagem do O Imparcial. “Essa suposta indignação que o leva a fazer um boletim de ocorrência é uma grande farsa e que fica evidenciado pelo fato dele ter se incomodado de eu ter curtido um comentário e não se incomodou com a pessoa que o fez. Fica evidente também que ele tenta a todo custo se aparecer, como é típico dele nas redes sociais. Eu me senti representada pelo comentário, pois a moça foi assertiva, e se ele quiser provocar a justiça por algo tão patético, é um direito dele, pois esse ainda é um país relativamente democrático”, finalizou a presidente.

Redação

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