Início Araraquara Edinho Silva faz balanço de seu último mandato como prefeito de Araraquara

Edinho Silva faz balanço de seu último mandato como prefeito de Araraquara

Já em tom de despedida, o chefe do Executivo falou à reportagem sobre o momento histórico que Araraquara vive com mais de R$ 300 milhões em investimentos em obras

Por José Augusto Chrispim

Faltando um pouco mais de quatro meses para terminar seu último ano à frente da Prefeitura de Araraquara, Edinho Silva (PT) falou com exclusividade à reportagem do O Imparcial e fez um balanço sobre seu atual mandato. O petista falou também sobre a importância de ser o prefeito com o maior tempo à frente da Prefeitura de Araraquara e sobre seu futuro depois que deixar o 6º andar do Paço Municipal.

Edinho relatou que seu futuro na política ainda não está definido e que pensa em voltar a lecionar.

Veja a entrevista na íntegra:

O Imparcial: Qual é o balanço que você faz deste seu mandato que termina no final deste ano?

Edinho: “Eu penso que o balanço é positivo, pois a cidade vive um bom momento em investimentos, conseguimos muitos recursos para investir na Saúde, na Educação, conseguimos reformar as três UPAs, conseguimos recursos para a infraestrutura da assistência social, entre outros investimentos. Há também um reconhecimento importante externo quando a cidade é classificada como a segunda mais segura do Brasil, que é muito importante e, além disso, estamos entre as 10 cidades com melhor qualidade de vida no país e a quinta entre os municípios com mais de 200 mil habitantes. Mas, tudo isso tem um peso relevante, se a gente pensar que enfrentamos uma pandemia que foi um momento muito difícil, depois, quando reorganizamos a cidade, vieram as enchentes no final de 2022 e início de 2023. Então tivemos que superar muitas dificuldades e, mesmo assim, estamos vivendo um momento muito favorável com mais de R$ 300 milhões em obras que estão sendo feitas ou que já estão previstas para serem feitas. Acho que as coisas estão indo em um bom caminho”.

O Imparcial: Qual é o significado para você em ser o prefeito com mais tempo à frente da Prefeitura de Araraquara?

Edinho: “Eu agradeço todos os dias por ter tido a oportunidade de governar Araraquara por quatro vezes, pois, de todos os cargos que eu ocupei, o que mais me realizou foi ser prefeito, porque eu penso que a cada ação que o prefeito tem ele muda a vida das pessoas, você sente a mudança. Eu gosto de ser prefeito, eu me realizo sendo prefeito, eu penso que é uma forma de devolver para Araraquara tudo o que ela me deu. Eu me mudei para Araraquara quando tinha 5 para 6 anos de idade e tudo que sou em minha vida eu devo à cidade de Araraquara, onde eu me criei, onde eu criei meus filhos e é a cidade que eu quero morar pelo resto da minha vida”.

O Imparcial: Como você espera entregar o caixa da Prefeitura ao final de seu mandato, visto que Araraquara tem uma dívida grande?

Edinho: “Araraquara não é uma cidade que tem uma dívida de curto prazo grande, a nossa dívida é de precatório, são cerca de R$ 200 milhões de dívida em precatórios. Isso pesa. Eu estive em Brasília na última semana negociando no Congresso uma nova legislação da cobrança de precatórios e aprovamos no Senado uma legislação para pagamento de precatórios. Essa lei vai nos dar um fôlego maior pra gente ir pagando aos poucos sem comprometer as finanças da prefeitura. O restante das dívidas da prefeitura é dívida de Previdência de ações que a prefeitura perdeu, mas essa nova legislação que está em tramitação no Congresso vai alongar essa dívida favorecendo cidades como Araraquara. O restante é dinheiro que nós pegamos a curto prazo para investir na cidade, mas isso não é problema, é algo que a gente quita com o tempo, mas é dinheiro que a gente pegou na Caixa Econômica Federal em uma situação muito favorável. Então, digo que não temos hoje um grande endividamento de curto prazo em Araraquara”.

O Imparcial: Qual é o maior legado que você deixa para o araraquarense?

Edinho: “Eu penso que Araraquara se notabilizou por ser uma cidade de referência pela forma como enfrentamos a pandemia e acho que a imagem que Araraquara tem se deve muito a isso. Nós também somos exemplo pelo Orçamento Participativo, pela forma democrática que a cidade lida com seu povo onde a comunidade escolhe o que é prioridade, além da política de solidariedade através das cooperativas. Então, acredito que o meu legado é fazer com que Araraquara seja vista fora daqui como uma cidade muito moderna e que tem políticas sociais importantes que fazem dela uma cidade democrática. Eu acho que em síntese esses pontos seriam o meu maior legado”.

O Imparcial: Qual será seu futuro político depois que deixar a cadeira do 6º andar da Prefeitura? Você já pensa em trabalhar em Brasília?

Edinho: “Minha prioridade é terminar bem o meu mandato e fazer a transição bem tranquila, espero fazer essa transição para a Eliana Honain, que é a mais bem preparada, e depois quero organizar a minha vida, porque depois de 8 anos na Prefeitura, por mais que eu goste, é um cargo que te consome muito. A partir do ano que vem quero ver o que vai me aparecer de oportunidades, mas quero voltar a dar aulas, que é uma coisa que eu gosto muito”.

O Imparcial: Você acredita em uma disputa polarizada entre Eliana e Lapena nas eleições para prefeito em Araraquara?

Edinho: “Eu acho que quanto maior a cidade mais essa polarização se cristaliza, assim como em São Paulo, mas em cidades menores essa polarização diminui. Porém, aqui em Araraquara tende a polarizar, pois, o nosso adversário é do PL e reivindica o Bolsonarismo para ele. Mas, na eleição municipal as pessoas querem discutir o município e o que o candidato tem de resposta para os problemas locais. Pode ter um pano de fundo de polarização, mas, penso que o araraquarense vai querer saber quem está mais preparado para governar Araraquara”.

O Imparcial: O que você espera para o próximo prefeito de Araraquara?

Edinho: “Espero, em primeiro lugar, que seja a Eliana a próxima prefeita de Araraquara que, para mim, é a mais preparada para governar a cidade, é a garantia que a cidade será bem governada. Espero que possa fazer o que eu não consegui fazer, principalmente na manutenção da cidade, pois, a pandemia atrapalhou muito essa área. A Eliana sabe disso e vai priorizar isso, além de mantar essa capacidade de diálogo na cidade e não priorizar a disputa política. Nós vivemos um momento muito interessante em Araraquara com muitos investimentos e esse projeto de reurbanização de Araraquara fará com que Araraquara tenha uma qualidade de vida muito favorável”.

O Imparcial: Você acredita que vai conseguir concluir todas as obras que estão em andamento até o final do ano?

Edinho: “Eu entreguei já 198 obras em um total de R$ 212 milhões investidos. Hoje temos 76 obras em execução em todas as áreas da cidade como Saúde, Educação, Infraestrutura, que dão um total de R$ 191 milhões. Em licitação temos 26 obras que dão um total de R$ 30 milhões e em projetos que vamos licitar 118 obras que dão um total de R$ 478 milhões. Então, a cidade vive uma realidade hoje nunca antes vivida com quase R$ 500 milhões entre obras entregues, em licitação e em execução. A maior delas que é a obra de drenagem, já demos ordem de serviço para a 2ª fase e em breve daremos a ordem de serviço para a 3ª fase. A primeira fase acredito que entregaremos ainda neste ano, mas vamos entregar também muitas obras na Saúde, na Cultura, entre outras áreas até o final do meu mandato, mas muitas obras vão ficar para o próximo mandato para serem entregues, porém, todas com dinheiro garantido e com os convênios assinados para que não aja nenhum problema de continuidade nessas obras”.

O Imparcial: O que o araraquarense pode comemorar neste 22 de agosto?

Edinho: “Araraquara pode comemorar talvez o melhor momento que a cidade viveu em sua história recente. Primeiro, o reconhecimento da cidade nacionalmente, a capacidade de atrair investimentos, somente do governo federal são mais de R$ 300 milhões, além de investidores particulares. A cidade tem que comemorar esse momento, mas, isso não significa que ela não tenha problemas, que a cidade não tenha que corrigir rotas. Mas, assim que é governar uma cidade, você faz e corrige rotas, você faz e melhora. O momento histórico que a cidade está vivendo é excepcional e deve ser comemorado”, finalizou o prefeito.

Redação

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