O prefeito Edinho e a secretária de Saúde, Eliana Honain, visitaram a Santa Casa de Araraquara na manhã desta sexta-feira (24) e acompanharam o atendimento aos pacientes.
Referência SUS para Araraquara e 18 municípios da região, o hospital passa por intervenção temporária da Prefeitura, desde o último dia 13, para restabelecer a assistência aos pacientes, principalmente na realização de cirurgias. Eliana Honain foi nomeada como a interventora.
Mais de 40 pacientes internados aguardavam por cirurgia quando a Prefeitura assumiu a gestão do hospital, por conta principalmente do desabastecimento de anestésicos para a realização de cirurgias, entre outras dificuldades das mais diversas ordens vivenciadas pela unidade. Cerca de 50% dessa demanda já foi atendida e a estimativa é de que, nos próximos dias, a fila de espera seja zerada.
Desde o início da intervenção, 300 cirurgias de urgência e eletivas, de casos de internação, foram realizadas. Seis leitos de UTI SUS foram reabertos, com previsão de ampliação de mais dez leitos de internação SUS para o dia 4 de julho e outros dez leitos de UTI remanescentes do combate à pandemia.
“Fiquei muito feliz com tudo o que eu vi, com as mudanças que já ocorreram aqui dentro da Santa Casa. Claro, são muitos problemas ainda a serem resolvidos. Mas, da intervenção até hoje, em 10 dias, 300 procedimentos cirúrgicos já foram efetuados. Já repassamos, tendo muito rigor com o gasto público, por volta de R$ 800 mil da Prefeitura para que o hospital voltasse a ter normalidade no seu funcionamento”, disse Edinho em transmissão nas redes sociais.
“É claro que teremos que repassar outros recursos ainda. Mas agradeço muito ao Governo do Estado de São Paulo e ao governador Rodrigo Garcia [PSDB], que entendeu a gravidade da situação e nos ajudou com R$ 5 milhões. Agradeço muito ao deputado federal Baleia Rossi [MDB-SP], que também nos ajudou com R$ 3 milhões. E a Prefeitura também está fazendo a sua parte e repassando recursos para que o hospital volte a funcionar, para que o paciente SUS não fique aguardando, para que possamos dar celeridade às cirurgias. Mais uma sala cirúrgica foi aberta e outra sala cirúrgica será aberta agora, os equipamentos estão sendo comprados. Tudo está sendo feito com muita celeridade. A partir de julho, começaremos um mutirão para atender as pessoas que estão aguardando por cirurgias eletivas”, complementou.
O prefeito ainda agradeceu a todos os parceiros que estão colaborando na reestruturação da Santa Casa. “Agradeço à Câmara Municipal, às lideranças políticas e da sociedade de Araraquara, aos trabalhadores da Santa Casa, aos funcionários da Secretaria Municipal de Saúde. Minha gratidão a toda essa junção de forças que foi feita para recuperar o principal hospital SUS da nossa região. A Santa Casa precisa ser forte para que o SUS seja forte”, finalizou Edinho.
Além de Edinho e Eliana, também estiveram na visita o presidente da Câmara Municipal, Aluisio Boi (MDB); o coordenador de Gestão da Secretaria de Saúde, Delorges Mano; a coordenadora de Urgência e Emergência, Fernanda Rodrigues; o diretor técnico da Santa Casa, André Peluso Nogueira; e a gerente de operações do hospital, Juliana Lujan.
Garantir assistência
A intervenção do Poder Público Municipal na Santa Casa de Misericórdia tem como principal objetivo garantir a adequada prestação de serviços públicos de assistência à saúde pela entidade, bem como a aplicação eficaz das verbas públicas à prestação do referido serviço.
Cabe ao Município, como gestor pleno do sistema municipal, manter os serviços de atendimento à saúde da população, conforme disposto na Constituição Federal, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado.
Ciente dessa responsabilidade e da situação crítica da Santa Casa, exposta publicamente, foram várias as tentativas frustradas de acordo com a diretoria do hospital, inclusive com a mediação do Ministério Público do Estado (MP), por meio da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Iniciativa frustrada por não concordância da direção da Santa Casa.
O notório prejuízo do atendimento hospitalar — inclusive com falta de medicamentos anestésicos para a realização de cirurgias, longas filas de esperas para cirurgias, inclusive de pacientes internados, dificuldade de regulação de leitos para pacientes que aguardam transferência das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento) e bloqueio de leitos de UTI pela ausência de corpo médico para integrar as escalas de plantão — exigiu a intervenção do Município.