Em solenidade tomada pela emoção, mais um passo na superação da pandemia da Covid-19 foi dado nesta terça-feira (23), no Hospital da Solidariedade: uma homenagem da Prefeitura aos profissionais de saúde que atuam no enfrentamento da pandemia e a desativação do hospital de campanha após 1 ano e meio e quase 1.800 pacientes atendidos.
Com o número muito baixo de internações nas últimas semanas, em razão da vacinação, os leitos do hospital de campanha ficaram ociosos. A capacidade é de 71 leitos, sendo 41 de enfermaria e 30 de UTI. Recentemente, a média de pacientes era de 4 pessoas por dia.
Os últimos pacientes do Hospital da Solidariedade receberam alta na última sexta-feira (19) e, agora, os atendimentos de Covid-19 serão feitos na unidade de estabilização do Melhado (antigo Pronto-Socorro do Melhado). O hospital de campanha ficará de ‘stand-by’, em espera, para ser utilizado somente se for necessário, de acordo com a situação da pandemia.
Em sua fala, o prefeito Edinho relembrou que sofreu críticas durante a construção do hospital de campanha e na adoção de medidas de enfrentamento da doença, mas foi resiliente. “Eu não me dobro para injustiça, para autoritarismo. Por isso passaram por aqui quase 1.800 pessoas. Sentir a dor do outro me fez ser um prefeito que valorizou a vida. O amor venceu o ódio. A vida venceu a morte”, disse.
Edinho agradeceu aos profissionais de saúde pelo trabalho. “Eu visitava o hospital de campanha e andava leito por leito conversando com os pacientes. Todos eram gratos pela existência desse hospital e aos profissionais de saúde. Nós temos que entender a função pública como uma prestação de serviço, uma vocação. Nós vamos passar, e o que vai ficar é o que a gente fez para o povo.”
A secretária de Saúde, Eliana Honain, recordou todo o enfrentamento à pandemia desde o início, quando a Prefeitura se mobilizou e reuniu todo o secretariado antes mesmo de os primeiros casos da Covid-19 serem confirmados na cidade.
Depois vieram a estruturação da rede de atendimento e testagem, a construção do hospital de campanha em um imóvel que estava abandonado (em cinco semanas de obras) e, no início deste ano, a ampliação de leitos após a chegada da nova variante P.1. Tudo isso até se chegar à situação atual, em que a vacina derrubou de forma expressiva o número de casos, internações e óbitos
“Nós vamos deixar o hospital de campanha em stand-by, pois ainda não vencemos a pandemia. Espero que a gente não tenha que vivenciar uma situação tão difícil novamente. Hoje é um dia histórico e de muita emoção. Minha gratidão a todos que participaram desse processo. Ainda estamos lutando, mas acreditamos que vamos vencer”, declarou Eliana.
A secretária ainda elencou pontos que foram fundamentais no pior momento de combate à pandemia, como a parceria com universidades, instituições e pesquisadores, o apoio do comitê científico, a comunicação diária da situação epidemiológica à população e a Rede de Solidariedade, que garantiu alimento às famílias em maior vulnerabilidade social. “Nós nos transformamos referência para salvar vidas”, ressaltou Eliana Honain.
A diretora executiva da FunGota (fundação que faz a gestão do hospital de campanha, do Melhado e das UPAs), Lúcia Ortiz, também relembrou momentos difíceis do enfrentamento da Covid-19 e agradeceu aos profissionais de saúde, ao prefeito Edinho e à secretária Eliana.
“Nós lidamos com uma doença que a gente não sabia o que era, transmitida facilmente e matava rapidamente. Precisamos, no meio do caminho, ir mudando estruturas, medicações e protocolos. Tivemos que nos superar como pessoas, vencer nossos medos e fraquezas”, destacou Lúcia.
“Para a equipe que trabalhou aqui, guardem na vida de vocês a experiência vivenciada. Vocês estiveram na linha de frente no momento mais difícil. Quando a gente passar aqui em frente, a gente vai olhar para o prédio com muito carinho. Obrigado, hospital de campanha. Aqui vivi os momentos mais tristes da minha vida, mas aqui aprendi o significado do que é viver”, complementou a diretora.
Representando a Câmara Municipal, o vereador Paulo Landim (PT) parabenizou Edinho, Eliana, Lúcia Ortiz e toda a equipe de profissionais de saúde. “A palavra que tenho para falar é gratidão. Araraquara focou em salvar vidas. O mundo, o Brasil e a região falam de Araraquara”, disse o parlamentar.
O diretor do Sesa (Serviço Especial de Saúde de Araraquara), Walter Figueiredo, falou em nome do comitê científico de enfrentamento à Covid-19 e também parabenizou a todos pelo trabalho. “Com as parcerias com as universidades, instituições e iniciativa privada, cada um teve uma participação nesse processo. Essa vitória é de todos nós. Estamos vencendo essa batalha, mas a guerra continua”, declarou.
Em nome de todos os pacientes atendidos pelo hospital de campanha, José Aldo Silva Pereira deu o seu testemunho sobre os momentos passados na unidade. “Foram 38 dias aqui. Estou vivo. Estou me recuperando bem, fazendo fisioterapia em casa e academia. Fui muito bem recebido aqui. O atendimento foi muito bom, parecia uma estrutura de hospital particular. Parabéns aos funcionários de todos os departamentos. Vocês são anjos de Deus. Nossa cidade fez a coisa certa e salvou vidas. Obrigado por tudo”, afirmou José Aldo.
A solenidade ainda teve presenças das vereadoras Thainara Faria (PT) e Filipa Brunelli (PT) e do vereador Edson Hel (Cidadania); das secretárias Juliana Agatte (Governo, Planejamento e Finanças), Amanda Vizoná (Direitos Humanos e Participação Popular), Jacqueline Barbosa (Assistência e Desenvolvimento Social), Priscila Luiz (Comunicação), Teresa Telarolli (Cultura) e Sálua Kairuz (Desenvolvimento Urbano), além de coordenadores e gestores municipais; da assessora hospitalar Paula Santos, representando os profissionais de saúde do hospital de campanha; de Sueli Margarete Bertin, representando os demais servidores de outros setores do hospital de campanha; da coordenadora de Ações de Combate à Covid-19, Rowaylly Alexandrino, representando os demais servidores da Vigilância em Saúde; da técnica de enfermagem Wanda Marques dos Reis, da UPA da Vila Xavier, representando as equipes das três UPAs (Central, Vila Xavier e Valle Verde); do enfermeiro da unidade de saúde do Selmi Dei, Rogério Ornela, representando os trabalhadores das unidades básicas de saúde; e de grupo de músicos e educadores das Oficinas Culturais, responsável por uma apresentação cultural.
