Um em cada dez brasileiros tem algum tipo de lesão nos rins, mas a grande maioria desconhece o problema e, por falta de prevenção, poderá desenvolver doença renal crônica. O assunto é tão importante que já foi instituído o Dia Mundial do Rim, comemorado em 9 de março. Neste ano, foi destacada a campanha internacional de combate à obesidade, doença associada à hipertensão e ao diabetes, que são os principais fatores para o desenvolvimento da insuficiência renal.
Cerca de 120 mil pessoas fazem hemodiálise no Brasil. O nefrologista Yussif Ali Mere Junior, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de Ribeirão Preto e da ABCDT-Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante Renal, destaca que “a causa maior da doença renal hoje é evitável. Não adianta discutir os custos do tratamento, temos que discutir a prevenção”.
90% da terapia renal substitutiva são bancados pelo poder público. 94% das empresas que prestam este serviço são privadas. Apenas 7% dos municípios brasileiros oferecem o serviço. Yussif Ali Mere Junior defende a ampliação da parceria da iniciativa privada com o SUS.
Ele defende que o modelo atual da diálise no Brasil deveria ser replicado. “O poder público arca com a maior parte dos custos da terapia renal no país. É um modelo que dá certo. Temos que nos preocupar com a saúde dos brasileiros, e não com a discussão ideológica que divide SUS e saúde suplementar”, explica.
A região de Ribeirão Preto tem serviços de hemodiálise em Sertãozinho, Jaboticabal e Batatais, além de três serviços em Ribeirão. Não há pacientes em fila de espera na região. “O que acontece é demanda reprimida pelo SUS no encaminhamento de pacientes que necessitam de hemodiálise por limitação do teto autorizado pelo Sistema”, conclui o presidente da ABCDT.
Prevenção
Especialistas alertam sobre a importância de ações para evitar que doenças renais se desenvolvam em um contingente que pode chegar a 20 milhões de brasileiros. É o caso, por exemplo, de doenças como o diabetes que é silenciosa e vai se agravando, por isso, muitos pacientes chegam ao transplante. E, quando não conseguem um órgão compatível, a saída é a hemodiálise (procedimento de filtragem do sangue por máquina que faz a função do rim).
Currículo Yussif Ali Mere Junior
Médico Nefrologista, mestre em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, MBA em Economia em Gestão em Saúde – CEPES/Unifesp, diretor executivo do Grupo Lund de Nefrologia, presidente da FEHOESP (Federação dos Hospitais do Estado de São Paulo), presidente do SINDHOSP (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo), presidente do SINDRIBEIRÃO (Sindicato dos Hospitais de Ribeirão Preto) e vice-presidente da CNS – Confederação Nacional de Saúde, vice-presidente da ABCDT (Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante)