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Euzânia Andrade recebe Título de Cidadã Araraquarense

Ariane Padovani

A artista Euzânia Batista Ferreira Andrade recebeu, na noite dessa sexta-feira (31), durante Sessão Solene de entrega de honraria realizada no Plenário da Câmara Municipal, o Título de Cidadã Araraquarense, concedido através de decreto legislativo de nº 0848/2019, de autoria do vereador José Carlos Porsani (PSDB).

Com a Casa de Leis cheia, a homenagem começou com uma intervenção artística do cordelista Tarcio Costa, que cantou e recitou uma poesia de cordel. Em seguida foi exibido um vídeo sobre a vida de Euzânia e alguns depoimentos.

Durante o seu discurso, Porsani falou sobre todas as contribuições de Euzânia para a cultura da cidade e pediu desculpas por o Legislativo ter demorado a lhe dar o título. “Um dia, conversando aqui nessa Casa com o Joel Aranha, ele disse que a Euzânia não tinha o Título de Cidadã Araraquarense e, naquele momento, eu falei ‘vou entregá-lo’. Então, Euzânia, parabéns”, disse o vereador.

Após receber o título, a artista contou que ficou surpresa e feliz por ser contemplada pela honraria, agradeceu às pessoas responsáveis pelo título e fez um breve relato sobre a sua história ao chegar à Araraquara. “Essas memórias trazem lembranças de quem somos, de onde viemos e o que desejamos. Esses bocados de lembranças, todas essas memórias, contribuíram para eu ser o que eu sou hoje. A memória que trago de Minas, da fazenda do Barreiro, se entrelaça com os fios de São Paulo, com Araraquara. É desse emaranhado de sensações e vivência que eu hoje me apresento a vocês”, declarou Euzânia.

A história até aqui

A artista Euzânia Batista Ferreira Andrade nasceu na fazenda do Barreiro, hoje município de Centralina, em 1953; mas foi registrada em Canápolis. É filha de João e Zulmira e tem dois irmãos: Edson e Hélio.

Saiu de lá com 15 anos de idade. Em Uberlândia e Uberaba, passou a juventude.

Cursou comunicação visual, desenho e plástica e educação artística na universidade federal de Uberlândia, mas queria mesmo era ser professora. Naquele período, não existia muito mercado para artistas. Mas, para ela, era um só caminho, que não podia se separar: ser artista e dar aulas, e foi o que aconteceu em Uberlândia.

Sua vida pessoal começou a mudar em 1973 quando começou a namorar o Abelardo. Os dois foram convidados a lecionar na universidade. Em 79 casaram-se e se mudaram para Ribeirão Preto. Ato contínuo, em 1980, ela veio para Araraquara.

Segundo Euzânia, ela já tinha um caso com a cidade, pois aos 16 anos, junto com amigos, conheceu o lugar onde mora o sol e ficou encantada com a frente da Casa de Cultura. Era um domingo e o encantamento foi tanto, que nunca mais saiu de sua memória. Acredita que tudo tem um sentido, um porquê.
Em sua chegada, foi até o jornal O Imparcial para anunciar nos classificados, que estava disposta a dar aulas, e foi buscar os artistas locais.

Conheceu Lauro Monteiro, Maria Cecília Albino, Ieda Pinto de Oliveira e Joaquim Campos Filho e formaram um quinteto de apaixonados por arte. Após discussões, chegaram à conclusão que Araraquara estava muito parada e precisava voltar à cena artística. Pediram ao então prefeito Waldemar de Santi, uma casa no centro da cidade que estava fechada.

Tudo começou ali, quando a Fundart também foi para o local. Depois, montou um QG da associação dos artistas unidos de Araraquara (pau de arara) em um galpão na rua 9 de julho, dando início a vários eventos, quando nascia a semana Luis Antônio Martinez Correia. Se orgulha de ter ajudado a criar o dia do artista plástico, um movimento muito forte na cidade.

Em meio a esse turbilhão de fatos e emoções, Euzânia foi também para seu atelier, o arte 220 – espaço criativo. Foram tantas e tantas reuniões nesse local. Para se aprimorar ainda mais, ela fez mestrado e doutorado, participou de grupos de pesquisas, fez exposições de suas obras e se tornou uma referência nas artes plásticas.

É extremamente atuante. Foi coordenadora de projetos na Secretaria Municipal de Cultura, presidente da Fundart e Secretária Municipal de Cultura. Professora da Unip, é voluntária do Grupo Amor Exigente, promove cursos gratuitos, faz parte do conselho municipal de cultura e do conselho sobre drogas, além de muitas outras atividades.

Se descobriu artista ainda na infância, pois no fundo de sua casa existia um barreiro e, lá, via a mãe, com espírito voltado para as artes, brincando com a modelagem de argila. Isso mexia muito com a garotinha Euzânia.

Durante todo esse período na cidade, lutou pela arte.

Pela perseverança e por suas realizações, Euzânia Batista Ferreira Andrade recebe o merecido Título de Cidadã Araraquarense.

 

Redação

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