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Ex-advogado da Odebrecht, Tacla Duran depõe na PF e implica Moro e Deltan

Em tratativas com a Justiça, ele disse ter provas de que pagou 613 mil dólares a advogado ligado a Rosangela Moro para obter benefícios na Lava Jato

O advogado Rodrigo Tacla Duran está sendo ouvido na tarde desta segunda-feira, 27, pela Polícia Federal e seu depoimento terá acusações que irão comprometer a força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná, em especial o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

Ex-colaborador da Odebrecht e acusado de ter atuado para lavar dinheiro de pagamento de propina a políticos, ele foi  ouvido nesta segunda-feira, 27, pelo novo juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, que determinou que ele prestasse depoimento à PF. Na audiência com o juiz, Tacla Duran havia relatado crime de extorsão praticado pela Lava Jato.

O principal atrativo da colaboração com a PF deverá ser a apresentação de provas, que diz ter, do pagamento de 613 mil dólares feito a advogados ligados à advogada e hoje deputada federal Rosangela Wolff Moro (União Brasil-SP), esposa do juiz Sergio Moro, que é senador pelo União Brasil-PR.

O dinheiro seria a primeira parcela de um total de 5 milhões de dólares que ele afirma ter negociado com advogados para fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, que teria o aval do ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos-PR. A oferta teria sido apresentada pelo advogado Carlos Zucolotto Júnior, sócio de Rosangela Moro, seis meses antes de ele ser preso, em 2016,

O primeiro pagamento teria sido feito no dia 14 de julho de 2016 para o escritório do advogado Marlus Arns, ligado a Zucolotto e Rosangela. Em entrevistas anteriores, Tacla Duran disse que pagou “para não ser preso”. Logo depois, ao não quitar o restante do acordo, ele teria tido a sua prisão preventiva decretada por Moro. Já fora do Brasil, acabou detido na Espanha, onde vive – ele conseguiu a liberdade provisória três meses depois.

No último dia 16 de março, o juiz Eduardo Appio revogou a ordem de prisão preventiva decretada por Moro. A decisão ocorreu três dias depois de o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, ter determinado a suspensão de processos abertos contra ele com base em provas apresentadas por delatores da Odebrecht. “O cidadão Tacla Duran tem, a meu ver, o direito de exercer seus direitos de defesa (devido processo legal substantivo) em liberdade, até que sobrevenha eventual condenação (até porque se encontra hoje amparado em recentíssima decisão do Egrégio Supremo Tribunal)”, anotou o juiz.

Na semana passada, Appio determinou a repatriação de 3,5 milhões de dólares guardados em duas contas na Suíça em nome de Duran. O dinheiro deve ser devolvido aos cofres da Petrobras.

Redação

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