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“21 Dias de Ativismo contra o Racismo” chega ao fim com resultados relevantes

Coordenadora de Políticas Étnico-Raciais avalia programação que foi encerrada nesta segunda-feira (27)

Durante este mês de março, Araraquara foi uma das cidades que seguiram o calendário nacional dos “21 Dias de Ativismo contra o Racismo”, campanha que existe desde 2017 e funciona como uma grande agenda antirracista, onde movimentos sociais, coletivos, figuras públicas e pessoas independentes podem propor diversas atividades que pautem o debate pelo fim da discriminação racial.

A coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, Alessandra Laurindo destaca que os eventos que integraram a programação foram muito intensos e com públicos bem diversificados. “Neste período, tivemos a oportunidade de dialogar sobre a questão racial de forma bem descentralizada. Fomos em espaços como CRAS, Rotary, universidade, diretamente nos bairros, entre outros, e tivemos dois momentos que podemos destacar como sendo de extrema relevância para as políticas públicas de Araraquara. O primeiro foi a aprovação do pacote de leis em enfrentamento ao racismo religioso e o segundo o lançamento do livro ‘A história Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense – as histórias que Rui Barbosa não queimou’, que sem dúvidas já é um marco e inspirará outras cidades”, avalia.

Para ela, a programação mostra a força que a cidade tem na luta contra o racismo. “Araraquara se consolida mais uma vez como referência para o Brasil no que tange às políticas públicas de enfrentamento ao racismo, e isso muito nos orgulha, dando a prova de que quando o trabalho é coletivo, o resultado é de muito sucesso”, concluiu Alessandra.

Eventos marcantes

A ação teve início no dia 1º de março e foi encerrada nesta segunda-feira (27), com uma atividade de letramento racial na Diretoria de Ensino, voltada para supervisores e professores especialistas de currículo do Estado de São Paulo. Na gramática, o letramento é um estágio posterior à alfabetização. Depois de decodificar a linguagem a ponto de ler e escrever, o aluno está apto a compreender que ela é, ao mesmo tempo, produto e produtora da realidade. Assim, o letramento racial é um conjunto de práticas que nos ensina a enxergar como as relações raciais modelam o mundo e como elas são modeladas por ele. Trata-se, portanto, de um elemento crucial para uma (re)educação antirracista.

Outras duas atividades marcaram o final de semana. Na sexta-feira (24), no SESC Araraquara, foi realizado o lançamento do livro “A história Comprovada: fatos reais e as dores da escravização araraquarense”, em parceria com Ordem dos Advogados do Brasil – 5ª Subseção, SESC, Uniara e Academia Araraquarense de Letras. No sábado (25), o Palacete das Rosas recebeu a Oficina com o Grupo Ilú Oba de Min, evento em parceria com o SESC, Centro de Referência da Mulher, Secretaria de Cultura e Academia Zamba Bem. A programação contou ainda com palestras, exposição, homenagens e caminhada.

21 Dias de Ativismo

O mês de março é escolhido, pois no dia 21 de março de 1960, sob o regime racista na África do Sul (Apartheid), foram assassinados 69 jovens e feridos 186, em brutal repressão, conhecida como “Massacre de Shaperville”. Nessa data, cerca de 5 mil jovens negros faziam um protesto pacífico contra a Lei do Passe, que na época, obrigava os negros a portarem um cartão que indicava os locais onde era permitida sua circulação. Havia também a luta contra o aprendizado do africâner, a língua do opressor. A polícia sul-africana abriu fogo sobre a multidão desarmada, seguindo o regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994. A ONU – considerou desde então essa data como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

Redação

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