Da redação
O técnico em enfermagem Djair Fernandes, que foi demito por justa causa da Casa Cairbar Shutel, onde trabalhou de 2000 a 2012, procurou a redação do Jornal O Imparcial, juntamente com sua colega de trabalho Márcia Helena Almeida, também demitida em maio de 2014, para relatarem que continuam sem receber seus direitos trabalhistas.
O técnico diz que foi acusado na época de subtrair remédios do hospital e, portanto, foi dado a ele demissão por justa causa. Porém, ele conseguiu provar mediante documentação na justiça que se tratava de uma inverdade e ganhou a causa em primeira e segunda instâncias, mas ainda aguarda para receber seus direitos trabalhistas.
Na mesma situação estão outros funcionários demitidos que também aguardam um parecer da Justiça, pois eles não entendem o fato da causa estar ganha e eles ainda não terem recebido.
Indignado, Djair conta que a entidade nunca procurou nenhum dos ex-funcionários com, ao menos, uma proposta de parcelamento, pois os demitidos necessitam desse dinheiro para sobreviver.
Márcia, que passa por dificuldades para manter seus remédios e alimentação, continua a receber cesta básica de uma entidade da cidade. “Já que o Cairbar me colocou como parte da ação do leilão do prédio, vou me mudar para lá, tenho direito a um quarto, onde posso me alimentar e não pagar água e luz. Até porque, não tenho dinheiro para me manter”, ressaltou Márcia.
Ela diz ainda que já procurou os promotores públicos da cidade para tentar agilizar o recebimento, mas um deles inclusive disse a ela que deveria ser mais caridosa com a questão e aguardar. “Como posso ser caridosa com a entidade se não tenho o mínimo para sobreviver”, finalizou a ex-funcionária.
Leilão
Em 13 de fevereiro de 2017 foi feita uma avaliação técnica por um corretor de imóveis a pedido da Juíza Trabalhista, Conceição Aparecida Rocha Petribu Faria, que avaliou o prédio do hospital em mais de R$ 8 milhões, caso o juiz determine que o imóvel deva ir a leilão, segundo documento apresentado à reportagem. A enfermeira diz ainda que já procurou a Promotoria Pública e a Câmara Municipal para pedir que alguém intervenha a favor dos funcionários demitidos, mas não obteve nenhuma resposta positiva.
Na edição de 7 de julho de 2018, a reportagem já havia feito uma matéria sobre a situação difícil que enfrentam tanto o Hospital como os ex-funcionários, que aguardam por um posicionamento da justiça, onde o presidente da entidade enviou uma nota que segue abaixo.
Situação difícil
O presidente da Casa Cairbar Shutel, Osvalte Juraci Nogueira, afirma que na época das demissões o hospital não teve alternativa, ou demitia ou fechava, como já foi dito anteriormente em carta aberta. Cada paciente custa R$ 120,00 ao hospital, por dia, e o SUS (Sistema Único de Saúde) paga R$ 49,00. Ou seja, 40% do que efetivamente custa.
“Esta enorme diferença, ao longo de todos estes anos de serviços prestados, é que nos coloca nesta situação difícil de passivo financeiro”. Juraci afirmou também que os processos trabalhistas estão em juízo, mas o Cairbar, juntamente com cinco entidades, recebeu de uma senhora falecida uma doação de dois terrenos que já estão à venda exatamente para pagamento dos funcionários demitidos. Ele ainda ressaltou que no caso de Márcia, eles estão tentando via judiciário, direcionar o pagamento para ela e sanar os problemas que esses processos possam causar a entidade. Mas nesse momento já não cabe mais a ele se manifestar e sim a justiça.