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“Fogueira deixa sua marca na história da Ferroviária e de Araraquara”, diz Edinho

Araraquara se despediu nesta quarta-feira (15) do ex-jogador Wanderley Nonato, o popular Fogueira, que faleceu aos 79 anos de idade. Ele passou mal e foi levado ao Hospital São Paulo, onde passaria por um cateterismo na manhã desta quarta, porém sofreu um infarto na madrugada e não resistiu. O velório será realizado na Fonteri, das 13h30 às 16h30.

O prefeito Edinho lamentou o falecimento. “Foi com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do nosso sempre jogador da Ferroviária de Araraquara, o Fogueira, Wanderley Nonato, de 79 anos. Um atleta que marcou época na história do nosso clube, nos seus momentos mais gloriosos. Um jogador que sempre nos emocionou pela sua determinação e garra em campo”, lamentou.

O prefeito destacou ainda que Fogueira também atuou no ramo empresarial e, da mesma forma, marcou a história da nossa cidade. “A Ótica Visão, na região central, sempre foi um empreendimento de destaque pela sua capacidade de diálogo e forma agradável de receber os amigos clientes. Todo esse carisma e conhecimento técnico também estiveram presentes por muitos e muitos anos nas transmissões da querida equipe do Campeões da Bola”, acrescentou.

“Toda minha solidariedade aos familiares, à esposa Maria Clara, aos filhos Luciano, Fernanda e Lucas, netos e amigos. Siga em paz, Fogueira. Seu brilhantismo dentro e fora de campo continuará presente em nossa memória e nas páginas mais bonitas da história da nossa Ferroviária e de Araraquara”, concluiu o prefeito.

Uma história vitoriosa

Nascido na cidade de São José do Rio Preto no dia 11 de abril de 1942, Fogueira ganhou seu apelido na infância, por conta de seus cabelos avermelhados. Ele jogava como lateral-esquerdo e surgiu em times amadores de sua cidade natal. Foi descoberto pelo América, time que o revelou profissionalmente em 1960. Defendeu a equipe por dois anos e seu talento foi notado logo nessa época, quando o Palmeiras se interessou pelo seu futebol, em uma negociação que acabou não concluída. Em 1962, a Ferroviária investiu em sua contratação, a pedido do engenheiro Antônio Pereira Lima, que foi o fundador da Locomotiva e também do América.

Sua vinda para Araraquara fortaleceu um grupo que viria a fazer história no esporte estadual. Ao lado de nomes como Pio, Dudu e Bazani, Fogueira também atuava como zagueiro e volante, e se tornou um dos maiores defensores de todos os tempos com a camisa grená. Foi o capitão do time que conquistou o Tricampeonato do Interior (1967, 1968 e 1969), quando a Ferroviária terminou o Paulistão com a melhor campanha desconsiderando os grandes da capital. A façanha até hoje é lembrada com as três estrelas que estampam o escudo do time.

Além do sucesso no estado de São Paulo e de participações bem sucedidas em excursões internacionais, a Ferroviária liderada por Fogueira também ficou famosa por encarar de igual para igual o Santos da era Pelé, um dos maiores esquadrões da história do futebol. Os números, aliás, comprovam o que os torcedores mais antigos diziam sobre a dificuldade que os times, inclusive os grandes, encontravam em enfrentar a Ferroviária em Araraquara naquele período. O Rei jogou 13 vezes na Fonte Luminosa, onde venceu apenas quatro jogos, com sete vitórias da Locomotiva e dois empates. Dos 22 gols santistas marcados na Morada do Sol nessas partidas, Pelé marcou nove, enquanto a Locomotiva estufou as redes 25 vezes.

Fogueira passou ainda pelo Corinthians (1970), Portuguesa (1971 e 1972) e Comercial de Ribeirão Preto (1973 e 1974), onde encerrou sua carreira. E se Fogueira teve uma passagem inesquecível pelo esporte de Araraquara, a cidade também marcou sua vida, já que foi aqui, na época de jogador, que conheceu sua esposa, Maria Clara, com quem teve os filhos Luciano, Fernanda e Lucas. O amor pela cidade o trouxe de volta quando pendurou suas chuteiras e aqui construiu outra carreira de sucesso, a de empresário, à frente da Ótica Visão, localizada em frente à Câmara Municipal. Em seu estabelecimento comercial, um quadro estampa a parede com uma das fotos mais emblemáticas do time, com Fogueira desarmando Pelé durante um jogo realizado na Fonte Luminosa em 1969, quando a Ferroviária venceu o Peixe por 2 a 1 pelo Paulistão.

Notas de pesar

A Ferroviária postou, em seu site oficial, uma nota de pesar pela morte do ex-jogador. “É com muito pesar que a Ferroviária se despede de um dos ídolos da sua história, o ex-lateral e capitão Fogueira, que vestiu a camisa afeana na década de 60. Wanderley Nonato, carinhosamente conhecido como Fogueira, era natural de São José do Rio Preto e jogou pela Locomotiva de 1963 a 1970, sendo o capitão do tricampeonato do interior em 1967, 1968 e 1969. O ex-jogador também teve passagens por América-SP, Corinthians-SP, Portuguesa-SP e Comercial de Ribeirão Preto. A Ferroviária lamenta profundamente a perda de seu eterno capitão e presta solidariedade aos amigos e familiares do ídolo Fogueira”, diz o texto.

Fogueira também chegou a trabalhar como comentarista esportivo pela equipe ‘Os Campeões da Bola’ da Rádio Cultura, onde atuava nos jogos ao lado do narrador José Roberto Fernandes. A equipe postou, em sua página no Facebook, uma nota de pesar: “Fogueira abrilhantou por muitos e muitos anos as nossas transmissões esportivas com o seu conhecimento e, acima de tudo, a experiência dentro de campo. Os Campeões da Bola perdem mais uma parte da sua história, mas ficam os bons ensinamentos, convivência e a amizade verdadeira desse grande homem, excelente profissional e acima de tudo um ídolo da torcida grená. Descanse em paz, amigo”, destacou.

Redação

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