*Ida Bismara e Irineu Barreto
A prática regular de atividades físicas é recomendada para a prevenção e o controle de doenças como as cardiovasculares, câncer e diabetes, bem como ansiedade e depressão. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), sucursal da Organização Mundial da Saúde (OMS), preconiza a prática de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física de intensidade moderada e incentiva os países a promoverem campanhas para o aumento dos níveis de atividade física na população, melhorando a prevenção de doenças e reduzindo a carga sobre os sistemas de saúde.
Diante da importância do tema para o bem-estar das pessoas, o Seade foi a campo saber o quanto os paulistas se exercitam. Em 2024, no Estado de São Paulo, 57% da população informou praticar atividades físicas, percentual superior ao registrado no levantamento de 2019 (39%) – incremento de 18 p.p. no período.
Entre as 3.007 pessoas entrevistadas durante o mês de setembro do presente ano, o Seade verificou que a prática esportiva é realizada com mais frequência entre homens, pessoas mais jovens, com maior instrução e renda familiar.
No conjunto dos que realizaram atividades físicas, 81% disseram ter se exercitado duas ou mais vezes por semana, em 2024, índice superior ao registrado em 2019, que atingia 66%. Esse aumento sugere maior percepção em relação aos benefícios das práticas para a saúde e prevenção de doenças. A realização de atividades duas ou mais vezes por semana é maior entre pessoas de 30 a 44 anos, com maior instrução e renda familiar.
Comparando os locais de residência, a proporção de praticantes é levemente superior no interior (58%) ante a Região Metropolitana de São Paulo (56%). Por gênero, é maior entre os homens (64%) em relação às mulheres (54%) – diferença assinalada nos levantamentos anteriores e em outros estudos, que pode refletir fatores socioculturais associados ao comportamento de gênero.
Os mais jovens apresentam índices superiores de adesão às atividades físicas, destaque no segmento de 30 a 44 anos (65%), repetindo comportamento observado na pesquisa anterior, crescendo conforme aumentam a escolaridade e o nível de renda familiar dos respondentes.
Apesar da ampliação da prática de atividades físicas, 43% dos residentes ainda se mostram refratários a essa prática, proporção que é maior entre mulheres, pessoas com mais de 60 anos, de menor escolaridade e menor rendimento familiar.
As principais razões para não realizar atividades físicas incluem problemas de saúde (35%), falta de tempo (29%), ausência de local adequado (15%) e desinteresse (11%). Problemas de saúde são os motivos mais citados por pessoas de 60 anos ou mais, apontando que a ausência de exercícios pode agravar sua qualidade de vida. Já a falta de tempo é alegação predominante entre pessoas de 30 a 44 anos, possivelmente em decorrência da carga de trabalho ou busca pela consolidação profissional.
*Ida Bismara e Irineu Barreto, pesquisadores da Fundação Seade