O segundo dia do movimento grevista dos caminhoneiros contra os preços dos combustíveis em Araraquara ganhou mais força. Nessa quinta-feira (24), cerca de 2.500 motoristas se concentraram na entrada da cidade e já contam com o apoio de dois postos de combustíveis que cederam os pátios para acomodar os veículos de carga.
A greve que acontece em todas as partes do país já traz reflexos para Araraquara, onde além de postos de combustíveis apresentarem falta dos produtos, mercados e varejões estão com várias mercadorias em falta, devido ao não funcionamento do CEASA (Cia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). O comerciante Leonardo Timpani, que é proprietário de uma quitanda localizada no bairro São José, relatou à reportagem que já começou a sentir a falta de várias verduras e legumes, pois o CEASA não está conseguindo distribuir seus produtos, além de vários atacadistas estarem com o mesmo problema.
Reforço na greve
O segundo dia de concentração dos caminhoneiros em Araraquara registrou um incidente envolvendo os grevistas e um caminhoneiro que teria se negado a parar o veículo. O motorista do caminhão, com placas de São Paulo, alegou à Polícia Rodoviária que os manifestantes teriam jogado pedras contra seu caminhão, o que teria feito ele perder o controle da direção, resultando no tombando do veículo no km 268 da Rodovia Washington Luís (SP-310), em frente ao Posto Morada do Sol. Ele foi socorrido com uma possível fratura no braço pela ambulância da concessionária da rodovia.
Os manifestantes alegaram que o motorista teria tentado atropelar pelo menos três pessoas que estavam na margem da rodovia e negaram ter atirado pedras no veículo. “Se a gente não sai da gente ele ia passar em cima de nós”, alegou um dos motoristas.
O proprietário do Posto Bambina, Vicente Pacchiarotti, disse para a reportagem de O Imparcial que também se solidarizou com os motoristas. Nessa quinta-feira (24), o empresário autorizou o estacionamento dos veículos no pátio do estabelecimento, além de disponibilizar 50 marmitas gratuitamente e outras 50 a preço de custo, além de banho e estadia grátis para os filhos dos caminhoneiros. “Eu apoio totalmente os caminhoneiros, pois estamos sucateados pelos aumentos dos combustíveis e dos pedágios. Nas últimas semanas tivemos aumentos diários nos combustíveis feitos totalmente sem critério e fora de qualquer planilha. Os motoristas aguentaram demais, mas agora chegaram a um consenso geral das necessidades da categoria. Acho que agora a coisa anda”, resumiu Vicente.
Ajuda
O caminhoneiro Emerson Luís Peleteiro agradeceu a ajuda que os grevistas estão recebendo da população que tem enviado garrafas de água e alimentos. “Eu quero agradecer a alguns empresários da cidade que nos forneceram 450 marmitas hoje e de toda a população que nos enviou alimentos e água, mas peço para quem puder que nos ajude, pois estamos em cerca de 2.500 motoristas concentrados aqui e nem todos têm dinheiro para a alimentação”, resumiu.
O movimento não tem previsão para terminar.