Da redação
Marcelo Barbieri, que esteve em Araraquara para uma reunião da executiva do MDB, na Câmara Municipal nesse sábado (28), falou com exclusividade ao O Imparcial sobre a dívida da prefeitura.
O ex-prefeito afirmou à reportagem que não teme a CEI que a Casa de Leis quer implantar para apuração das contas de sua gestão. Ele acha justo que se apure, mas com a ressalva de que devem verificar também o período de 1 de janeiro de 2017 a 30 de abril de 2018, para que todos tenham ciência do que a gestão Edinho fez nesse tempo.
Perguntado sobre uma dívida da qual somente os juros giram em torno de R$ 60 milhões, Barbieri diz ‘que isso não é dívida e, sim, uma multa isolada de R$ 69 milhões emitida por um auditor fiscal e militante político’, que foi aplicada à prefeitura e a ele, como corresponsável, onde recorreu e ganhou em segunda instância por 5 a 0. Mas que esse auditor apresentou outra multa nos mesmos termos e que ele já entrou com recurso e acha que vai ganhar da mesma forma. “Ao que parece existe uma perseguição política para tentar atingir a prefeitura de Araraquara e nós temos que nos unir para defender a cidade. Quando o atual governo aceita que isso é uma dívida, ele deixa de defender os interesses da cidade, pois esse auditor fez essa multa de forma arbitrária e sem base legal, tanto que perdeu”, afirmou Marcelo.
Dívida com o INSS
Sobre as compensações do INSS feitas em sua gestão, o ex-prefeito diz que a União não pode receber INSS sobre horas extras, isso já é lei e foi aprovado pelo congresso Nacional o ano passado. “A grande compensação que nós fizemos foi sobre horas extras”. A cidade já ganhou isso legalmente e no STF está 6 a 3 para Araraquara, após um pedido de vistas. Quando eu fiz a transição com o atual prefeito eu disse não mexe com o INSS, que nós estamos cuidando disso e vamos ganhar, tanto que virou lei. Se eles estão pagando, estão abrindo mão de receita para enriquecer a União e isso prejudica o município”.
Barbieri afirma ainda que quando entregou a prefeitura para o atual governo, a dívida com fornecedores era de R$ 87 milhões, mas deixou R$ 27 milhões em caixa. “Entreguei 360 obras concluídas, deixei uma situação de 100% de vagas em creches, 30 postos de saúde, 3 Upas, Maternidade Gota de Leite funcionando a pleno vapor, a Santa Casa recuperada, dois mil quarteirões de bairros recuperados, 10 mil casas para as famílias de baixa renda e dobrei o orçamento com a arrecadação do ISSQN. Eu fiz o meu trabalho”, ressaltou.
Marcelo diz ainda que a prefeitura não tem dinheiro para pagar a folha do funcionalismo porque aumentou brutalmente o IPTU e muita gente não pagou e contestou, agora está aguardando o questionamento que fez, “isso deu um furo de caixa”. Outra coisa que drenou recursos são os Shows caríssimos da FACIRA, propagandas caras em horários nobres, então sabemos, que tem coisas que precisam ser apuradas na atual administração, “eu não sou mais governo, sofri várias denúncias da oposição e a grande maioria foi arquivada, porque não tinha base legal”.
“Não entendo um governo que está gerindo uma cidade que ao invés de buscar união, quer fazer perseguição, e eu em Brasília tenho me empenhado para trazer recursos e trabalho em favor de Araraquara, conseguimos recursos para a Santa Casa construir outra UTI. Não temo a CEI, mas acho que tem que apurar a atual gestão também, porque se está tudo certinho, não há o que temer”, finalizou Barbieri.
Atualizando
Após o término da reunião da executiva do MDB, a reportagem foi informada pelo presidente da sigla local, Aluísio Brás, o Boi, que na próxima quarta-feira (2), será protocolado um pedido de CEI, na gestão Edinho Silva, por entenderem que uma investigação somente nas contas da gestão Marcelo Barbieri, ficaria incompleta e prejudicada, já que as atitudes em relação INSS foram adotadas pela administração 2017/2020. O partido já tem mais de seis assinaturas para que consigam abrir a investigação, mesmo assim continuam em contato com outros siglas. “Essa atitude foi tomada com a finalidade de contribuir para o esclarecimento, transparência e a fiscalização do poder público”, finalizou Boi.
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