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Mudanças de hábitos alimentares ajudam no aumento da fertilidade

Ariane Padovani

 

Casais que estão tentando engravidar, mas têm encontrado dificuldade em receberem a tão aguardada visita da cegonha podem recorrer à alimentação para acelerar o processo, já que tudo o que comemos interfere na diminuição ou aumento da fertilidade de mulheres e homens de todas as faixas etárias. Hábitos alimentares e práticas diárias, como consumo excessivo de álcool, cigarro e sedentarismo, também afetam a saúde reprodutiva de ambos.

Os alimentos que aumentam a fertilidade são aqueles que auxiliam na produção dos hormônios sexuais e estimulam a formação dos óvulos e dos espermatozoides, como os que são ricos em zinco, vitamina B6, ácidos graxos, ômega 3 e 6 e vitamina E.

 

Foco na dieta

A ‘Dieta da Fertilidade’, criada por Jorge Chavarro e Walter C. Willett, pesquisadores da Harvard Medical School, visa uma reeducação alimentar que substitui o consumo de carboidratos refinados, doces e cafés por leguminosas, frutas e carnes magras, que proporciona saúde e, consequentemente, fertilidade.

Para o ginecologista e obstetra Arnaldo Schizzi Cambiaghi, especialista em medicina reprodutiva e autor do livro ‘Fertilidade e alimentação’, essa dieta, que ele chama de ‘mediterrânea’, de fato melhora a capacidade reprodutiva, desde que outros hábitos saudáveis sejam adotados, como não fumar nem usar drogas.

Erica Gama, nutricionista da Multiterapia – Associação Integrada em Saúde e Bem-estar, concorda que não existe um tipo específico de alimento que aumente a fertilidade, entretanto, alguns alimentos em excesso podem diminuir a capacidade reprodutiva do casal. “É o caso do álcool e alimentos ricos em cafeína, como café, chá, chocolate, refrigerantes, entre outros. Uma alimentação nutricionalmente adequada é composta de frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas e gorduras de boa qualidade. Não dá para dizer que a dieta vai aumentar a fertilidade, entretanto, mudanças na alimentação podem equilibrar o funcionamento de todo o organismo, restaurar a ovulação e diminuir o risco de doenças, preparando o corpo para receber um bebê de forma saudável”, explicou a profissional.

 

O que prejudica

A Associação Americana de Gravidez (American Pregnancy Association) afirma que a cafeína prejudica a capacidade do organismo em absorver ferro e cálcio, o que compromete que uma gravidez aconteça. Além disso, o café em excesso aumenta o número de radicais livres, moléculas que danificam os gametas, dificultando a concepção. Os viciados em cafeína precisam restringir o consumo do grão a 300g por dia, o que equivale a três expressos pequenos.

Soja e carboidratos refinados, como pão, macarrão, bolos e bolachas feitas com farinha de trigo, também precisam ser consumidos com moderação. A soja contém fitoesterol, hormônio vegetal que pode interferir no estrógeno, hormônio feminino envolvido na ovulação. Já os refinados passam pelo processo de retirada dos nutrientes essenciais que uma mulher necessita para engravidar, como antioxidantes, vitaminas do complexo B e ferro.

Os homens que gostam de bebidas alcoólicas precisam ficar atentos, pois o álcool interfere na secreção da testosterona. Apostar em alimentos com selênio e zinco, como a castanha-do-pará, melhoram a qualidade do sêmen. Também é indicado o consumo de vitamina C, como as frutas cítricas, para aumentar a quantidade de espermatozoides.

Estudos da Sociedade Americana de Reprodução Humana (American Society for Reproductive Medicine), afirmam que casais que querem ser pais precisam mudar seus hábitos alimentares no mínimo três meses antes de iniciarem as tentativas de engravidar.

 

O que comer?

Para conseguir aumentar a fertilidade através da alimentação é necessário o consumo de alimentos que estimulem a produção hormonal para, consequentemente, favorecer a produção e liberação de óvulos e espermatozoides viáveis.

Os alimentos ricos em zinco, mineral essencial na saúde reprodutiva do ser humano, pode ser encontrado em ostras, peixes, carnes, frutas secas, gema de ovo, centeio, aveia e vegetais verdes folhosos. Já os alimentos com vitamina B6, como couve-flor, agrião, banana e brócolis favorece a produção de hormônios sexuais quando consumida junto com o zinco. Peixes gordos e sementes fornecem ácidos graxos e ômega 3 e 6, enquanto sementes de girassol, abacate, feijão e batata doce favorece a produção da vitamina E, que é essencial para melhorar a saúde dos óvulos e dos espermatozoides. As mulheres em especial precisam dar mais atenção ao consumo de cenoura, abóbora, pimentão, kiwi, tomates, frutas cítricas, castanha-do-pará, sementes de sésamo, atum, couves e beterraba para receberem as vitamina A, C, Selênio e Fitonutrientes.

Esses alimentos devem ser consumidos todos os dias, mas é importante a orientação de uma nutricionista para a indicação da quantidade necessária a fim de evitar carências nutricionais.

 

Ácido fólico

As mulheres que estão planejando se tornarem mães precisam começar a tomar ácido fólico (também chamado de folato) pelo menos um mês antes de engravidar. A ingestão diária de 400 mcg desse complexo B é fundamental para a formação do tubo neural do bebê, que dará origem ao cérebro e à medula espinhal. Essa estrutura deve se fechar sobre si mesma por volta do 28º dia de gestação, período em que a maioria das mulheres ainda não sabe que está grávida. O suplemento deve ser ingerido até o fim do primeiro trimestre, quando a maioria dos órgãos do feto já está formada.

Embora o ácido fólico possa ser encontrado em alimentos como carnes, verduras com folhas verde-escuras, leguminosas e grãos integrais é difícil quantificar o consumo diário. Além disso, a forma de preparo desses alimentos pode ocasionar perdas de nutrientes, portanto o ideal é cozinhá-los com o mínimo de água possível, com a panela tampada, ou ligeiramente no vapor.

Redação

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