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Nenê Ferrenha: craque na vida e no futebol

Por Coca Ferraz

Nesta semana, para tristeza de todos nós araraquarenses, partiu para nova etapa da vida cósmica o Nenê Ferrenha. Exemplo de ser humano, pai de família e amigo, deixa uma linda trajetória de vida na sua passagem pelo planeta Terra.

Foi empresário de grande sucesso: quem nunca ouviu falar da loja Nenê Escapamentos? Foi pródigo no amor ao próximo: prova disso são as inúmeras ações de cunho humanitário que promoveu como membro e presidente do Rotary Clube. Chegou ao ápice do altruísmo quando aceitou ser presidente da APAE. Foi generoso com os amigos que dele precisavam. E foi muito bom de bola.

Jogando minicampo, foi um dos melhores pivôs aqui na nossa terra. O Jaimão e o Cabau, beques dos bons, ainda que um pouco brutos (quão brutos!), diziam que o pior centroavante de minicampo para marcar era o Nenê, pois protegia muito bem a bola e chutava com perfeição.

Na maior parte das vezes jogamos contra. A única vez que jogamos juntos foi no time de Veteranos do Pereira, quando ganhamos o campeonato da cidade. No nosso time jogavam: Pereira, Artur “Galo”, Reinaldo, Miro, Zé Magrelo, Roberto Geladeira e outros craques.

Lembro alguns casos engraçados do Nenê relacionados com o futebol. Uma quando forçou a sua expulsão num campeonato e deixou todos nós bravos (não porque perdermos um jogador, pois era possível substituir aquele que foi expulso, mas porque o Nenê, estando em grande forma, fazia falta). Depois ficamos sabendo a razão, uns seus parentes iriam visitá-lo e ele não podia se atrasar para acender o fogo da churrasqueira.

Outro, quando se desentendeu como Zé Izo (Dr. Aloísio Paschoal) num jogo no campo do Araújo. Muito bravo o Zé Izo foi dar uma entrada forte no Nenê, que matreiramente se esquivou, levando o Zé a cair num barranco à beira do campo e se machucar. O Nenê, macaco velho, chamava a todos dizendo: “gente vamos acudir o doutor que ele escorregou”.

Uma vez depois de um jogo na Fazenda Apeninos, ficamos conversando e tomando umas até mais tarde. Depois de já meio “alto”, o Nenê resolveu falar da sua paixão pela Dóris, sua esposa. Sem problema, pois falar de amor é coisa bonita; o problema é que ele falou durante 2 horas, 10 minutos e 26 segundos, rigorosamente cronometrado pelo nosso grande centroavante Luiz Cervi, que faz pouco também partiu desta para a melhor, não sem antes fazer mais de 3 mil gols.

Esse era o Nenê “Escapamento”, ser humano maravilhoso e carismático.

Para você, amigo Nenê, vai lá uma benção irlandesa (coisa das mais bonitas que já vi): “Que a estrada abra a sua frente, que o vento sopre sempre em suas costas, que o sol brilhe macio no seu rosto, que a chuva caia macia nos seus campos e, até que nos encontremos novamente, possa Deus segurá-lo mansamente na palma da sua mão”.

Redação

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