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Os novos desafios do agronegócio no Brasil

Suze Timpani

Diante da celeuma criada em torno da junção dos ministérios de Agricultura e Meio Ambiente, do novo governo Bolsonaro, a reportagem procurou o presidente da Canasol de Araraquara, o engenheiro agrônomo Luís Henrique Scabello de Oliveira, para esclarecer dúvidas sobre os novos desafios da futura Ministra.
Com 64 anos de idade e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) desde fevereiro de 2018, a deputada do Democratas do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina é a primeira ministra mulher do governo Bolsonaro.
A nova ministra é natural de Campo Grande (MS), formada em engenharia agronômica pela Universidade Federal de Viçosa (MG), já ocupou cargos como gerente-executiva de quatro secretarias: Planejamento, Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo. Ela também foi secretária estadual de Desenvolvimento Agrário até 2014.
Para Luiz Henrique, não há como as pastas caminharem juntas, pois hoje o Meio Ambiente tomou um vulto muito grande. Não é apenas cuidar de florestas, ele trata de todas as atividades que haja interferência no meio ambiente. “Isso sobrecarregaria a agricultura, fazendo com que o ministério cuide de assuntos que não fazem parte da expertise da pasta, como Mineração, Licenciamento ambiental de tratamento de esgoto, certificações industriais, urbanas, licenciamento de cemitérios, construção de rodovias, entre outras”. Não há ganho para ambos os lados, fundir as pastas e não irão fundir”, ressaltou o engenheiro.
Para o presidente, as pessoas têm uma visão errônea do agronegócio, pois o cidadão, da hora que nasce até sua morte depende do agro. É necessário nesse mundo de informações esclarecer a população sobre a política de certificação de produção que visa oferecer que ela é sustentável, economicamente, socialmente e ambientalmente.

 

A nova Ministra Tereza Cristina e o presidente da Canasol, Luís Henrique Scabello de Oliveira

Agricultura desenvolvida

A agricultura tem uma atividade bastante responsável e a brasileira é uma das mais desenvolvidas do mundo, com confirmação da EMBRAPA e referendada pela NASA, como a que mais preserva áreas ambientais e reservas florestais e, assim, altamente conservativa.
O Brasil é um grande consumidor de agrotóxico, porque é o segundo maior país agrícola do mundo, e exportamos grande parte do que produzimos, então não é científico dividir o consumo de agrotóxico pela população nacional, essas contas são extremamente maldosas, devendo se levar em consideração também que o Brasil tem duas safras por ano, coisa que outros países não têm.
Para Luiz, produzir em larga escala sem agrotóxico é um mito, ainda não há tecnologia para isso. “Nenhum produtor agrícola gosta de usar agrotóxico, isso é custo para ele e muito alto. Alternativas de controle biológico e cultural são altamente bem vindas. A cana-de-açúcar é exemplo, pois a “broca da cana” é controlada pela “vespinha”, cigarrinha da cana controlada por fungo. Exigências ambientais levam também a um maior consumo de agrotóxico, por exemplo, quando se deixou de queimar a cana as pragas surgiram, buscam-se pesquisas diárias sobre controles biológicos e quando sai, são prontamente adotadas.
O Brasil tem uma das legislações mais restritivas em relação a agrotóxicos. Isso faz com que utilizemos produtos antigos, pois leva em média uma década para uma nova ‘molécula’ ser aprovada pelo governo no país. Isso faz com que sejam utilizados produtos antigos enquanto outros menos agressivos estejam sendo usados por outras nações”, conclui.
Quanto à nova ministra Tereza Cristina, o presidente da Canasol diz que ela é extremamente capacitada, articuladora e conciliadora. Ele tem absoluta certeza que ela fará um grande trabalho, pois foi um nome de consenso do agronegócio.

Redação

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