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Parceria entre Prefeitura e USP avalia estado nutricional de 2 mil gestantes e respectivas crianças

Projeto "Coorte Araraquara", que teve suas atividades interrompidas durante a pandemia, foi retomado e atende no SESA, creches e domicílio

Em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Araraquara, o “Coorte Araraquara” é um projeto desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP) e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que envolve as 34 unidades básicas de saúde de Araraquara, o SESA, FSP, USP e a maternidade “Gota de Leite”, com o objetivo de avaliar o estado nutricional de 2 mil gestantes e respectivas crianças do município e da região.

Patrícia Helen de Carvalho Rondó, pediatra e professora titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, conta que, em razão da pandemia de Covid-19, o projeto interrompeu suas atividades durante um ano e quatro meses, porém comunica que está disponível no município para atender as mães e respectivas crianças, quer seja no SESA, creches ou nos domicílios. “Retornamos às atividades de campo no município em julho do ano passado, mas atualmente estamos planejando atendimento no domicílio, pois notamos dificuldade das mães em levar as crianças, algumas com mais de quatro anos, para atendimento no SESA. Também estabelecemos parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Araraquara, com a Profª Muriane Sirlene da Silva Assis, para atendimento das crianças nas creches”, explica ela, que também foi diretora do Centro de Saúde Escola da FSP, USP de 2010 a 2014 e vice-diretora da faculdade de 2014 a 2018.

Patrícia falou também sobre a importância da iniciativa. “O Coorte Araraquara é um projeto muito importante, não só no Brasil como para a literatura internacional, pois é original e visa avaliar os fatores de risco para a obesidade já desde a vida fetal. O sobrepeso/obesidade é considerado problema de saúde pública mundial e por esse motivo buscamos entender todos os fatores genéticos e ambientais relacionados a esse problema, que predispõe a doenças crônicas como hipertensão, diabetes e câncer”, salientou.

A docente falou ainda sobre os planos para os próximos anos. “O projeto longitudinal prospectivo, no início, buscava avaliar o estado nutricional de mulheres desde o início da gestação e dos respectivos filhos, nos dois primeiros anos de vida. Atualmente, no entanto, a equipe da Coorte está disposta a avaliar o estado nutricional de todas as crianças cujas mães fizeram parte do projeto Coorte”, explicou.

Patrícia revela que há outros três projetos acoplados à proposta. “O primeiro avalia a deficiência e insuficiência de vitamina D na gestação, que é um importante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, que pode se relacionar a problemas cardiovasculares, doenças autoimunes, problemas de disponibilização de cálcio da mãe para o feto, entre outros. O segundo projeto visa avaliar a microbiota da mãe e do recém-nascido. Estudos atuais mostram que a flora microbiana vaginal e intestinal da mãe pode ser protetora ou predispor a algumas doenças. Já o terceiro projeto tem o propósito de avaliar a saúde emocional das gestantes. Esse projeto é em parceria com a Universidade de Londres, Inglaterra, e busca entender as alterações emocionais que ocorrem na gestação e também no pós-parto”, completou a professora.

Redação

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