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Preço da cesta básica em Araraquara inicia o ano com leve queda

Após registrar sucessivas altas ao longo de 2020, o preço da cesta básica araraquarense encerrou janeiro com leve queda de -0,4% na comparação mensal, atingindo o valor de R$ 775,24. Na comparação interanual, o indicador registrou alta de 25,1%. O consumidor que, em janeiro do ano passado, desembolsava R$ 619,86 para adquirir todos os itens da cesta básica, hoje despende R$ 155,39 a mais.

Por categoria, a baixa atingiu os itens alimentícios, com -0,7%, enquanto limpeza doméstica apresentou leve alta de 0,2% e higiene pessoal teve variação de 1,89%. Apesar da maior alta observada nos itens de higiene pessoal, estes possuem menor peso relativo dentro da cesta básica quando comparados aos itens de alimentação e, portanto, não tiveram força para puxar o preço médio para cima, o que manteve o valor da cesta praticamente inalterado na comparação mensal.

Inflação em 2020

A inflação dos itens essenciais em Araraquara fechou 2020 com alta de 22,4%, segundo a Pesquisa da Cesta Básica realizada pelo Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara. De acordo com o levantamento, o preço da cesta básica ficou R$ 158,41 mais caro entre janeiro e dezembro, e atingiu os R$ 778,2.

A alta que foi puxada pela categoria de alimentos ficou concentrada no óleo de soja, com variação acumulada de 118,1%; no arroz branco tipo 1, cuja elevação no ano chegou a 73%; e na batata inglesa, com alta de 65,2% em 2020. No acumulado do ano passado, a categoria de alimentos – que compreende 23 dos 32 itens coletados – aumentou 28,9%; os itens de higiene pessoal, 5,9%; e os produtos de limpeza doméstica, 4,8%.

O resultado observado no município converge com o observado nacionalmente. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador adotado oficialmente pelo governo federal para acompanhar a inflação, registrou em 2020, alta de 103,8% no óleo de soja, 71,8% no arroz branco e 67,7% no caso da batata inglesa. Na categoria de alimentos, a alta atingiu os 14,09%, enquanto o índice geral – que incorpora a inflação de outros grupos, como habitação, transportes, vestuário e educação – registrou, ao todo, alta de 4,52%.

Impacto sobre o salário mínimo

O valor atual da cesta básica representa 70,5% do salário mínimo oficial no Brasil, estipulado atualmente em R$ 1.100. “A título de comparação, um indivíduo cuja jornada de trabalho seja de 44 horas semanais, precisaria ao final de janeiro, dedicar 135 horas de trabalho para adquirir todos os itens coletados pela pesquisa”, analisa Marcelo Cossalter, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

A inflação observada a partir do segundo semestre de 2020, concentrada em itens essenciais de alimentação e bebidas, energia e em menor grau em serviços e combustíveis, atinge principalmente as famílias de renda mais baixa, como apontado pela Inflação por Faixa de Renda, indicador medido pela fundação IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o índice, as famílias que possuem renda domiciliar mensal menor que R$ 1.650 reais, sentiram em 2020 alta de 6,2% na cesta de bens, enquanto aquelas de renda média-alta, entre R$ 8.254,83 a R$ 16.509,66, sentiram alta significativamente menor, de 2,7%.

Redação

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