O funcionamento e a expansão do Programa Municipal de Hortas Urbanas Comunitárias “Colhendo Dignidade” foram os assuntos desta quinta-feira (22) do “Canal Direto com a Prefeitura”, programa exibido no Facebook da Prefeitura de segunda a quinta-feira, ao vivo, às 12h30. Estiveram presentes a coordenadora de Agricultura, Enedina Andrade, e Maria Angélica Ferreira, participante da horta comunitária do Jardim São Rafael.
Enedina explicou que duas hortas comunitárias foram implantadas em Araraquara: no São Rafael (próxima ao Cras e ao CEU das Artes) e no Cecap/Iguatemi (Residencial dos Oitis).
Até 18 de outubro, está aberto um processo de seleção de novos participantes para a horta do São Rafael e para as futuras hortas que serão lançadas no Residencial Valle Verde e do Jardim das Hortênsias.
O programa surgiu após propostas apresentadas pela sociedade na Conferência Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional e Desenvolvimento Rural Sustentável em 2017.
“Em 2019, a gente retoma essa proposta e começa a elaboração e formulação do programa, que hoje é uma lei. Uma equipe técnica foi a campo mapear todos os locais, observando os seguintes critérios: terrenos públicos que estavam ociosos, qual a condição desse solo e quais as condições ambientais desse terreno. Outro elemento fundamental é a proximidade desse local de um equipamento público, especialmente o Cras, da Assistência Social”, explicou Enedina.
As hortas comunitárias são um programa intersetorial que envolve as secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Turismo, Desenvolvimento Urbano, além do Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos). E a comunidade local também participa do desenvolvimento do projeto e da manutenção dos espaços.
Os alimentos produzidos nas hortas comunitárias são destinados para os participantes do programa, com o excedente sendo doado para o Banco Municipal de Alimentos, que faz a distribuição e atende as entidades assistenciais.
“O processo pedagógico desse espaço é transformador. Tanto do ponto de vista do conhecimento da terra, do pertencimento a essa terra, de criar identidade naquele espaço. Um espaço onde antes era jogado entulho, tinha insetos, enfim, hoje é um espaço transformado, cuidado, foi ressignificado e cumpre a função social de produzir alimento saudável para as pessoas que estão no entorno daquela horta”, observou a coordenadora.
O programa de hortas comunitárias tem foco nas regiões com maior vulnerabilidade social e que integram o “Territórios em Rede” — Jardim das Hortênsias, Jardim São Rafael, Residencial Valle Verde, Parque São Paulo, Jardim Cruzeiro do Sul e Residencial Cecap/Jardim Iguatemi.
Qualidade de vida
Em depoimento ao ‘Canal Direto’, Maria Angélica relatou que participar das hortas comunitárias contribuiu para que ela superasse um processo de depressão.
Entre os alimentos que ela produz na horta do São Rafael, entre verduras e frutas, estão alface, rúcula, chicória, beterraba, cenoura, mamão, goiaba, acerola, abacate, cheiro verde, coentro, brócolis, couve-flor e repolho.
“Eu estava desempregada. Fazia três anos que eu estava em casa sem fazer nada. Isso foi mexendo com a cabeça. Comecei a mexer na terra, plantando, na rua de frente da minha casa. E o pessoal [da Prefeitura] estava fazendo uma reunião no Cras. Nem me toquei. Depois me perguntaram se eu queria participar. E para mim foi um privilégio. É uma coisa muito boa. Você vai lá, começa a mexer na terra e esquece dos problemas, esquece de tudo. Está sendo muito bom para mim”, disse Maria Angélica.
Para participar do “Colhendo Dignidade”, o interessado pode procurar o Cras (Centro de Referência de Assistência Social) dos bairros que possuem o programa de hortas comunitárias.
