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Projeto ‘Mente Livre’ leva prevenção ao uso de drogas a escolas da cidade

José Augusto Chrispim

Doze escolas estaduais de Araraquara contam, desde fevereiro deste ano, com um importante projeto de prevenção ao uso de drogas e, também, de desenvolvimento das habilidades socioemocionais. O trabalho que é realizado por um grupo de voluntários em parceria com a Polícia Federal, foi desenvolvido com base no Programa da ‘Escola da Inteligência’ que é apontado como o maior programa mundial de desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Ele é desenvolvido atualmente com mais de 200 mil alunos em escolas de todo o país, e Araraquara foi escolhida em 2017 entre todas as escolas localizadas na região sudeste do país para receber o projeto piloto na Escola Estadual João Manoel do Amaral.

O programa, que é baseado no método de ensino do Instituto Augusto Cury, visa à redução da violência escolar e prevenção ao uso de drogas pelos alunos do ensino fundamental.

Mente Livre

O agente da Polícia Federal, Evandro Racosta, que é um dos membros do grupo, falou com exclusividade ao O Imparcial que o Projeto Escolar Mente Livre é uma ampliação do Escola da Inteligência, que foi implantado no ano passado em Araraquara. Este ano, o Mente Livre foi desenvolvido em 12 escolas estaduais e atingiu 900 estudantes do 8º ano que têm idades entre 13 e 14 anos, em 120 intervenções. De acordo com o agente federal, as escolas escolhidas são as que apresentam um número maior de ocorrências envolvendo uso de entorpecentes e violência.

Trabalho voluntário

Desde 2014, o Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Drogas (GPRED) da delegacia da Polícia Federal de Araraquara, vem realizando capacitações e cursos na área para desenvolver as ações em escolas públicas.

Apesar de ser determinação constitucional de a Polícia Federal prevenir e combater o uso de drogas, ela não o faz. Porém, um grupo de policiais voluntários realiza esse trabalho há mais de 20 anos.

“Hoje, montamos um grupo formado, além de mim, que represento a Polícia Federal, pelos psicólogos Fernando Muniz, Adriana Prigenzi e Margarete Vasques, e também pela terapeuta ocupacional Lila Racosta. Juntos desenvolvemos o projeto em 12 escolas que, além de tratar a parte da prevenção ao uso de drogas, realiza um importante trabalho de desenvolvimento da inteligência socioemocional tanto nos alunos como nos professores. O trabalho consiste em três abordagens com cada turma de alunos, sendo uma abordando o tema da droga em si, e as outras duas tratando a parte psicológica dos estudantes. Além dos professores que serão os multiplicadores dos ensinamentos, supervisores, diretores de escolas e a dirigente regional de ensino passaram por um treinamento antes do início das atividades”, explicou Racosta.

Códigos de Inteligência

O trabalho é baseado nos 9 códigos de inteligência do método de ensino do Instituto Augusto Cury, que trata da inteligência emocional do indivíduo. “O grupo foi se aprofundando trazendo a ciência como ponto de referência e mostrando a importância das consequências do uso de drogas. Usamos uma nova forma de abordagem com interação e dinâmicas buscando uma maior aproximação com os alunos”, resumiu a psicóloga Margarete Vasques.

Novo olhar para os alunos

O grupo realiza um trabalho importante também com os professores que trazem os relatos particulares e também dos alunos que são trabalhados pelas profissionais da área da saúde mental. Porém, apesar do esforço dos voluntários, a participação das famílias dos estudantes é muito pequena. “Fizemos um almoço na Escola do Parque São Paulo e convidamos os cerca de 120 pais, mas só 22 compareceram. A participação da família é muito importante para o resultado do trabalho”, lembra Margarete.

Capacitação

Racosta ressalta que a capacitação dos envolvidos na prevenção é muito importante. Ele participou em agosto de um curso do Escritório Internacional de Drogas da ONU (Organização das Nações Unidas), em São Paulo, onde foi apresentada uma avaliação de várias pesquisas realizadas em todo o mundo sobre a prevenção ao uso de drogas.

“De acordo com a pesquisa, o método mais eficiente é o interativo. A minha intenção é ser um multiplicador das ideias do curso que prevê a atuação dentro da ciência da prevenção. Esse é um grande projeto nacional destinado aos professores da primeira infância que é coordenado pela Polícia Federal”, finalizou.

Redação

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