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Quem não lê, mal ouve, mal fala e mal vê!

Por Walter Miranda

O pensamento acima é do famoso e saudoso escritor Monteiro Lobato, autor da maravilhosa obra “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de grande repercussão na literatura infantil no Brasil e na América Latina. Minha saudosa professora no primário, Aparecida Lima Soares, usava esta obra para a formação educacional e cultural das crianças.

O pensamento de Monteiro Lobato sempre fez parte da minha formação política. Eu o repetia aos meus alunos nas salas de aula nas Faculdades em que lecionava Contabilidade. Penso que, manter-se corretamente informado, sempre foi e continua sendo importante para a convivência social, econômica e política na sociedade. A última eleição, em minha opinião, levou Bolsonaro à vitória pelo fato dele, sabendo que a maioria da população é desinformada, ter se utilizado de “fake News”.

O que mais indigna é acessar o “facebook” e ver dirigentes de entidades de classe, supostamente com uma ótima formação educacional, compartilharem frases equivocadamente postadas por bolsonaristas, a maioria “analfabetos políticos”, influenciados por “falsos mitos” ou “falsos salvadores da pátria”. O lamentável é que esses dirigentes, geralmente de entidades patronais, compartilham esses “fakes” para as suas bases.

Para não cansar os leitores ilustrando este artigo com números obtidos no Portal da Transparência, fico no básico. Até o final do mês de agosto de 2019, o desgoverno Bolsonaro gastou R$ 1.887.076 trilhão do montante de R$ 3.191.171 trilhões previstos para gastos com despesas correntes neste ano de 2019. Isso corresponde a uma execução orçamentária de somente 59,13% do previsto para o ano, ou seja, menos R$ 240.571 bilhões.

O que os bolsonaristas fanáticos e desinformados não conseguem, ou não querem, entender é que o governo do seu “mito” implementou cortes radicais nos gatos sociais como educação e saúde, mas não o fez mesmo com outros gastos supérfluos como, por exemplo, os gastos com juros e encargos da dívida pública, enquadrado como encargos especiais que totalizaram R$ 1.076.606 trilhão. Portanto reduziu gastos importantes para a qualidade de vida dos brasileiros, a exemplo de educação e saúde, mantendo em dia gastos supérfluos cuja origem é bastante questionada pela Auditoria Cidadã da Dívida.

Acessando o site “Portal da Transparência”, é possível identificar os montantes dos gastos sociais. O Governo, até o mês de agosto de 2019, destinou somente R$ 122.623 bilhões para a Saúde; R$ 116.758 bilhões para a Educação e R$ 92.421 bilhões para a Assistência Social, totalizando R$ 331.803 bilhões, ou somente 17,58% do total dos gastos (R$ 1.887.076). Esses três gastos são importantíssimos para a boa qualidade de vida dos brasileiros. Cortar verbas para a educação/pesquisas é para mim uma grande irresponsabilidade, levando ao atraso científico e tecnológico do país.

Assim, cortando gastos essenciais, as contas consolidadas do setor público (União, Estados e Municípios) resultaram num “superávit primário” de R$ 6,637 bilhões até o mês de abril de 2019, entendido como tal o montante das receitas de impostos e contribuições superando as despesas, excluídos os gastos com pagamentos de juros da dívida pública. Se incluir esses gastos o rombo nas contas públicas é alto, justificando a crise econômica do país.

Esses “superávits” têm sido utilizados para pagamentos dos juros da dívida pública. Como os valores são insuficientes, quando comparados com os altos valores dos juros e amortizações, o Brasil vem rolando e aumentando a dívida que cresce muito a cada ano. Para terem ideia da gravidade da dívida pública brasileira, até o final deste ano de 2019, prevê-se que poderá atingir o montante de R$ 5 trilhões, correspondendo a 92% do PIB (Produto Interno Bruto, que compreende a soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil.

Penso que os dirigentes de entidades de classe deveriam acessar os sites “Portal da Transparência”, “Auditoria Cidadã da Dívida” e “Contas Abertas” para não desinformar os seus representados. Se tiver dificuldade para interpretar e analisar as informações nos sites, aconselho procurar a assessoria de um economista ou contador, evitando propagar notícias falsas ou equivocadas.

Redação

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