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Reajuste aprovado na Câmara não agrada servidores municipais

SISMAR lembra que em 2004, o salário base da Prefeitura de Araraquara comprava quase 3 cestas básicas e, hoje, só compra a metade

A Câmara Municipal de Araraquara aprovou, na última terça-feira (17), mais um reajuste salarial dos servidores municipais abaixo da inflação. Em 6 dos últimos 8 anos, o reajuste dos servidores foi menor do que o IPCA. Isso reduz o poder de compra dos salários e obriga o servidor a viver com cada vez menos, principalmente no momento atual do país que enfrenta o maior índice inflacionário dos últimos 26 anos.

De acordo com o Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (SISMAR), somente nos últimos 5 anos e meio, de 2017 para cá, o salário dos servidores acumula mais de 25% de perdas. Isso significa que a vida dos servidores piorou.

Ainda de acordo com o Sindicato, o projeto aprovado pelos vereadores, com 5% de reajuste em agosto e outros 5% somente em março de 2023, havia sido rejeitado pela categoria em assembleia. Porém, a decisão dos servidores não foi respeitada pela Prefeitura, que encaminhou projeto para a Câmara antes de esgotar as negociações e pressionou os vereadores a aprovarem o reajuste.

“Após dois anos com salários congelados, o SISMAR tentou iniciar o diálogo sobre a data-base 2022 logo em janeiro, mas as reivindicações da categoria foram ignoradas pela Prefeitura. O governo só abriu diálogo com o Sindicato quando percebeu que a mobilização dos servidores era grande. Mesmo assim, a proposta da Administração foi de 5%, ante uma inflação de 21% desde o último reajuste, em junho de 2019. Depois de 9 assembleias, uma passeata, dois protestos e apenas duas reuniões com representantes do governo, a Prefeitura simplesmente fechou as portas da negociação e do diálogo e forçou a Câmara a aprovar o reajuste de 10% (menos da metade da inflação) e ainda por cima parcelado em duas vezes, sendo a segunda metade só para março de 2023. Além disso, o governo municipal acionou a Justiça para impedir que os servidores fizessem greve e descontou salário de quem protestou contra mais um ano de perdas salariais. Com a outra mão, a Prefeitura não hesita em reajustar o valor dos contratos firmados com seus fornecedores, dando o bonito nome de ‘reequilíbrio orçamentário’. A justificativa é que, se não aumentar o valor pago para as empresas, elas simplesmente não entregam o serviço. Pelo jeito, o lema deste governo é: Aos empresários, tudo. Aos servidores, o rigor da lei”, reclamam os sindicalistas.

Redação

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