Início Araraquara Roda de conversa no CRM encerra programação do “Agosto Lilás” em Araraquara

Roda de conversa no CRM encerra programação do “Agosto Lilás” em Araraquara

Atividade marcada para esta quarta-feira (30) vai abordar os impactos da violência contra as mulheres em crianças e adolescentes

Nesta quarta-feira (30), às 19h, o Centro de Referência da Mulher “Professora Doutora Heleieth Saffioti” (Avenida Espanha, 536, Centro) sediará a roda de conversa “Impactos da violência contra as mulheres em crianças e adolescentes”, com entrada gratuita para o público. O debate terá a mediação de José Lopes Nei (conselheiro tutelar, membro do Coletivo Bases e autor da série de revistas em quadrinhos “Zeca e Nina e os direitos das crianças e adolescentes”) e Laís De Conti (pedagoga, gestora do Centro de Referência da Mulher).
A roda de conversa encerra a programação do “Agosto Lilás”, que foi desenvolvida pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Coordenadoria Executiva de Políticas para as Mulheres, que integra a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, com o propósito de promover a conscientização pelo fim da violência contra a mulher. A campanha também busca dar visibilidade ao tema e ampliar os conhecimentos sobre os dispositivos legais existentes, assim como auxiliar as mulheres que sofrem essas violências, informando sobre as diversas formas de violência doméstica, sobre os direitos das mulheres e sobre a necessidade da equidade de gênero.

A coordenadora de Políticas para Mulheres, Grasiela Lima falou sobre a importância do tema do debate. “Essa questão dos reflexos da violência contra as mulheres nos seus filhos e filhas tem despertado toda nossa atenção e preocupação nesses últimos anos, especialmente nos casos em que as crianças e adolescentes têm se constituído vítimas diretas da violência doméstica quando buscam defender suas mães das agressões”, comentou.

Segundo dados divulgados pelo Anuário de Segurança Pública em 2020, 60,2% das mulheres que sofrem violência doméstica têm filhos. “Assim, entendemos que o convívio familiar, que segundo o ECA deve garantir a proteção, a segurança e o bem-estar da criança e do adolescente, tem se constituído cada vez mais em um lugar muito perigoso e de violação de direitos. De um modo geral, as pesquisas apontam que neste contexto de violência, as crianças e adolescentes figuram como vítimas secundárias, ou seja, não são atingidas diretamente pela violência”, acrescentou.

Entretanto, para Grasiela, essa situação apresenta consequências que podem se manifestar a partir de diferentes sintomas. “Esses sintomas podem ser cognitivos, comportamentais e emocionais, gerando traumas, assim como a reprodução de condutas violentas e uso abusivo de drogas, prejudicando assim o desenvolvimento psicossocial dessas crianças e adolescentes. Por outro lado, estudos demonstram que também existem sequelas na vida adulta, como dificuldades em demonstrar afeto, envolvimento em repetitivos relacionamentos violentos, habilidades sociais escassas e sentimentos de inferioridade. Sendo assim, entendemos e consideramos de suma importância a discussão dessa problemática, tendo em vista a busca de caminhos para o fortalecimento das políticas públicas intersetoriais voltadas para o enfrentamento da violência contra as mulheres e também para as crianças e adolescentes que vivem e sobrevivem nesse contexto”, concluiu. 

Redação

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