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Saudades de “uma” Araraquara que brilhou com galhardia

Por Darcy Dantas

 

Os leitores de minhas crônicas podem achar que falo  sobre Araraquara a exaustão. Meu desejo “era” o de deixar meu agradecimento por tudo quanto foi feito na área cultural. Creiam nunca será  demais, principalmente quando a referência é ao passado glorioso, que os mais jovens desconhecem, o que representou esta cidade no cenário cultural nacional.

Escola de Belas Artes reconhecida pela UNESCO, como Instituição séria e  valorosa, por onde Volpi, Tarsila Amaral, Rebolo , entre outros nomes de escol por ela passaram ministrando aulas inaugurais, graças ao mecenato  de Dr Hélio Morganti .De lá saiam professores reconhecidos pelo MEC.. Infelizmente os governantes  não tiveram estrutura, ou boa vontade para conservá-la.

Seu Teatro Municipal, de estilo mourisco, dividia sua beleza e engenharia com o Teatro do Estado de Amazonas.

Exatamente nesse Teatro que Jean Paul Sartre proferiu uma memorável conferência, inscrita nos anais da história.

Araraquara, a cidade mais limpa das Américas, com seus ônibus elétricos (os primeiros do Brasil).

Araraquara que na década de 20 foi considerada a cidade mais bem iluminada do Brasil, superando até mesmo a capital Federal, à época no Rio de Janeiro.

Araraquara a cidade cuja arborização  e seus oitis deslumbravam os visitantes.

Era tão efervescente a vida cultural por esse tempo que o maestro Ferri, como nos relata a Profa. Dulce Withaker, cogitou fazer nos moldes de Salzbourg  , festivais musicais, atraindo artistas do mundo todo.

Se o Maestro Tescari tivesse nascido na Europa, com certeza, estaria sendo executada no mundo todo a beleza de sua obra…Mas hoje quase nada dele se fala, ou se executa.

Macunaíma , personagem emblemático aqui “nasceu” sob as graças de Mário de Andrade. Ignácio de Loyola Brandão, hoje insigne membro da Academia Brasileira de Letras. O consagrado dramaturgo José Celso Martinez Correa. Walace Leal, e o “seu” TECA, conhecido pelo Brasil.

Apesar de tantos elementos , Araraquara não possui sua marca, como São Carlos, cidade higth tech, Ibitinga , capital do bordado, Barretos, festa do peão, a qual sou contrária, mas não deixa de ser uma marca. Tabatinga , cidade dos bichinhos de  pelúcia. e tantas outras. Morada do Sol, não é marca,…é poesia, chega a ser um nome próprio.

Deixo aqui meu apelo aos políticos, aos empresários, enfim a todos que aqui vivem :Não deixem o presente desvanecer-se, como foi seu passado. Araraquara ainda tem gente de qualidade para reergue-la, assim voltando ao lugar que por mérito lhe pertence.

Não são todos que  podem se dar ao luxo , diria…de viver à luz da poesia. Araraquara é um poema em si. Cidade musical, que aguarda o dia de seu aniversário ao som da musica, até o raiar do sol.

Araraquara, aceite nossas desculpas, por tudo que deixamos um dia de fazer  ou conservar.

Parabéns , pois sua essência  jamais será destruída Sempre será , “nossa” querida Morada , onde o sol habita, e a lua descansa.

 

Redação

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