O Sindicato dos Servidores Muncipais de Araraquara e Região (SISMAR alega que ir trabalhar, atualmente, é risco de morte para alguns servidores municipais de Araraquara.
Praticamente todos os dias, há relato de servidores ameaçados ou agredidos por alguém em seus locais de trabalho na Prefeitura. O último caso foi na UPA do Vale Verde, nesta segunda-feira, quando um homem fez ameaças violentas a uma servidora da equipe de enfermagem e precisou ser contido pela Guarda Civil Municipal (GCM).
Na unidade ao lado, na Unidade de Saúde da Família, também do Vale Verde, servidores relatam pessoas encapuzadas ameaçando servidores e vandalizando a unidade, que já não tem espaço adequado para separar o lixo contaminado, porque as portas foram arrebentadas e parte delas roubadas.
E o governo Lapena, ao invés de oferecer acolhimento à servidora agredida e proteção aos demais, escolhe bater boca com servidor em rede social, reforçando ainda mais a animosidade contra o funcionalismo. Se algo de pior acontecer, prefeito, saberemos quem responsabilizar.
A diretoria do SISMAR está alertando o governo: “É inadmissível que o Poder Público feche os olhos para uma tragédia iminente que pode ser contida. São várias ameaças sofridas diariamente pelos servidores dessas unidades. Não podemos banalizar e nem normalizar o destrato ao servidor público”, diz trecho do ofício encaminhado ao governo denunciando as agressões e cobrando o retorno dos controladores de acesso às UPAS e ao Hospital de Retaguarda do Melhado.
O Sindicato relata também que a truculência e o assédio dos membros do governo contra servidores também são notórios nessa gestão que não completou nem um ano ainda.
A postura de minimizar ou relativizar as agressões contra servidores, de não providenciar melhorias na segurança, somadas ao fato de o próprio prefeito fazer discurso agressivo, reforça nos populares a sensação de que é com violência que se resolvem os problemas.
A situação está escalando perigosamente e o governo tem suas impressões digitais bem claras neste conflito. “É preciso que o governo providencie apoio psicológico para esses servidores, vários estão extremamente adoecidos, fazendo uso de medicação para aguentar continuar indo trabalhar”, traz o documento em outro trecho.
O resultado desse modelo de gestão é óbvio, trágico e nos coloca em um círculo vicioso: sem respaldo, servidores são agredidos, adoecem, aumenta o número de afastamentos, aumenta a sobrecarga em quem fica, por consequência, a qualidade do serviço piora, a população se revolta, agride servidor, que fica sem respaldo e isso não tem fim.
“Já passou da hora do governo defender o funcionalismo publicamente com veemência, se colocar ao lado de quem toca a cidade, de ir às redes, como gosta de fazer para atacar, mas desta vez ir para valorizar os servidores. Uma campanha de respeito e valorização aos servidores municipais seria muito bem-vinda”, ressalta o SISMAR.