Como forma de marcar o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, celebrado no dia 2 de abril, foi realizada neste domingo (7), a tradicional Caminhada de Conscientização do Autismo, que neste ano levou o tema “Valorize as Capacidades, Respeite os Limites”. O encontro teve início em frente ao Paço Municipal, com um percurso que seguiu pela Rua 9 de Julho até o Parque Infantil, onde foram oferecidas várias atividades para toda a família, entre elas a Feira Tô em Casa, onde o público pôde apreciar os trabalhos de empreendedores e artesãos da cidade e região.
O prefeito Edinho participou do evento e destacou seu propósito de promover uma mensagem inclusiva à sociedade e combater preconceitos. “Tenho a convicção de que nós devemos ter políticas públicas para crianças, adolescentes e adultos que vivem com o espectro do autismo. É um compromisso do nosso governo porque eu acredito que nós só viveremos em uma sociedade verdadeiramente justa se todos tiverem os mesmos direitos. Quem tem deficiência ou síndromes são cidadãos e cidadãs de direitos. Construir políticas públicas é um processo. Sei que precisamos avançar mais nas políticas públicas para quem vive com autismo. Essa é uma demanda que temos que construir no dia a dia”, apontou.
O prefeito também lembrou que a Prefeitura vai ampliar o Centro de Referência do Autismo, em uma demanda eleita no Orçamento Participativo. “Vamos investir na capacitação de educadoras e educadores para termos mais qualidade no atendimento às crianças e adolescentes com autismo. É uma construção conjunta. Onde eu estiver, serei defensor e lutador das políticas públicas para as pessoas que vivem com autismo ou deficiência. Esse é meu compromisso de vida e eu vou honrá-lo. Que possamos caminhar todos os dias para podermos construir uma sociedade mais justa para todos e para todas”, completou.
O vereador Alcindo Sabino (PT) reforçou a importância das políticas públicas desenvolvidas na cidade. “Esse é um trabalho que temos que lutar para que continue em Araraquara. Temos que preservar esse trabalho, que é excepcional e um orgulho para nós. Sei que todos nesta caminhada vão marchar todos os dias para que esse trabalho tão essencial para a nossa cidade continue sempre”, reforçou.
O secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Marcelo Mazeta, também valorizou as ações realizadas na cidade em prol das pessoas com TEA. “Araraquara tem se tornado essa referência no estado de São Paulo, senão no Brasil, dentro dessa temática. As pessoas buscam aqui o conhecimento, vêm beber na fonte, de onde de fato existe uma política pública que vai se construindo e se efetivando”, salientou.
A gestora do Centro de Referência do Autismo “Aldo Pavão Júnior”, Karina Maia, também valorizou a estrutura oferecida pelo Município. “O Centro de Referência é um porto seguro para as famílias e para as mães que chegam ali sem nenhuma direção, sem nenhum conhecimento, e eu tenho a satisfação e o orgulho de estar à frente deste trabalho, graças à confiança do Edinho, para poder desempenhar esse papel de coordenadora de uma pasta tão importante que é a pessoa com autismo. Agradeço a todos que ajudaram a organizar esse projeto da caminhada, que vem crescendo todos os anos e quanto mais divulgamos, mais gente chega. Quero agradecer a cada um pelo empenho e pela dedicação durante todos esses meses”, acrescentou.
O objetivo da ação, que é uma realização da Ampara (Associação de Pais e Amigos dos Autistas de Araraquara), com apoio da Prefeitura, é promover uma mensagem inclusiva à sociedade em relação às pessoas com autismo. Formada em 2016 como uma associação de pais, a Ampara nasceu com o propósito de difundir conhecimento sobre os Transtornos do Espectro Autista (TEA), combatendo preconceitos e auxiliando na orientação de familiares, professores, cuidadores e profissionais de saúde. A motivação para a iniciativa partiu de um grupo de pais que, após o diagnóstico de TEA dos filhos, percebeu a grande falta de orientações sobre como lidar com o autismo.
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007, e a data é simbolizada pela cor azul, pois o autismo é mais comum em meninos. No Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12) estipula que a pessoa com TEA é considerada pessoa com deficiência para todos os efeitos legais, garantindo aos autistas as mesmas proteções do Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Simpósio
A conscientização sobre o autismo também inspirou a realização do II Simpósio Municipal do Transtorno do Espectro Autista, que visa expandir a compreensão sobre o transtorno e discutir estratégias atuais de intervenção. O evento, que contou com debates e palestras sobre inclusão e direitos, foi realizado na semana passada no auditório da Unip.
Ações da Prefeitura
O município de Araraquara conta com o Centro de Referência do Autismo “Aldo Pavão Júnior” desde 2020, quando foi inaugurado pela Prefeitura como um dos primeiros centros de referência do autismo públicos do estado de São Paulo. Sua proposta é assegurar um novo modelo para atendimento integrado e multidisciplinar aos autistas de Araraquara e da microrregião.
A unidade especializada foi um compromisso firmado com entidades ligadas ao tema. É resultado do projeto elaborado pelo grupo de trabalho instituído pelo prefeito Edinho em abril de 2017, reunindo representantes das secretarias municipais de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, e Planejamento e Participação Popular, além da sociedade civil organizada.
Além disso, Araraquara também é pioneira na iniciativa de criar, em abril de 2021, a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, que visa garantir atenção integral, pronto atendimento e prioridade no acolhimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.
A Prefeitura também realiza com frequência cursos, publicação online de cartilhas e ações de conscientização sobre o tema, com o objetivo de oferecer subsídios às famílias das crianças com TEA no período de isolamento social, buscando instrumentalizar as famílias para que elas consigam implementar uma rotina de atividades terapêuticas dentro de casa.