Uma das alegrias que guardo com carinho de quando criança, era o dia que papai e mamãe me levavam ao circo.
Minha ansiedade crescia a cada minuto. Eram momentos mágicos. Cada circo com suas estruturas. Uns mais toscos, rotos, pobres. Outros coloridos, dourados, mas todos eram circos possuidores de tudo que nos faria passar momentos de alegria.
Não importa se tosco, ou colorido.
A espera maior era pela chegada do palhaço ao palco. A vibração era intensa.
Cada atração, à sua maneira, buscava executar a função que lhe cabia, com suor e maestria.
Palhaços, mágicos, atiradores de facas, malabaristas, enfim todos os notáveis artistas
Cada um a seu modo hipnotizava minha razão, cativava meu tempo .
Desengavetavam profundamente a emoção guardada em meu coração de menina. A entrada do palhaço, alegre, feliz, a deixar que o riso solto das crianças se expandisse, era o auge.
Hoje passados vários anos, penso quantas não foram as
as vezes que aquela lágrima colorida que corria pelo seu rosto não seria a lágrima de alguma saudade?
Mas o circo tinha que continuar, e as gargalhadas das crianças tinham que vir de dentro de seus coraçõezinhos,
O circo foi para minha infância o auge da alegria.
Nos dias atuais, a falta de sensibilidade de seres incautos, quando desejam denegrir algo ou alguém, o chamam palhaço, no mais fundo que possa ser uma definição pejorativa.
Palhaço de rosto lavado , que só nos traz tristezas , não quero e nem desejo saber.
São os palhaços de sua própria história, são caricatos sem emoção.
Não desejo, conviver com “palhaços “sem história, que não pintam o rosto, sim a alma a pintam de cinza.
Palhaço é quem faz a alegria de muitos, até as gargalhadas dos adultos.
Palhaços no sentido pejorativo, são aqueles que descaradamente sem pintar o rosto, fazem palhaçadas e destroem uma Nação.
Que me chamem de palhaça. Não dispenso esse elogio.
Mas por favor não tenham como palhaços aqueles que não rezam sua cartilha.
Vamos prestigiar a magia do circo. Um dos divertimentos mais antigo da humanidade.
E viva o circo, e viva os palhaços de nossa infância, cuja alegria indiscutível ficou na saudade.