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Unesp lança a medalha Heleieth Saffioti

A iniciativa tem como objetivo reconhecer e premiar as mulheres que se destacam em ações para o desenvolvimento da Unesp

A Unesp anunciou nesta quinta-feira, dia 10 de fevereiro, a criação da medalha Heleieth Saffioti. A iniciativa, que tem como objetivo reconhecer e premiar as mulheres que se destacam em ações para o desenvolvimento da Unesp, leva o nome da socióloga e pensadora feminista que foi professora da Faculdade de Ciências e Letras (FCLar), no câmpus de Araraquara.

O anúncio foi feito pela vice-reitora Maysa Furlan durante reunião ordinária do Conselho Universitário. Em sua fala, a professora destacou a atuação da homenageada em debater e pesquisar o papel da mulher na sociedade brasileira em meio à efervescência dos movimentos feministas dos anos 70, durante o regime militar

“A professora Heleieth Saffioti representa todas as mulheres da Universidade pela sua obra e militância na causa das mulheres e pela sua competência, dedicação e respeito à nossa Unesp”, afirmou a vice-reitora. “No momento em que comemoramos os cem anos da Semana de Arte Moderna, a medalha Heleieth Saffioti para as mulheres que se destacam em contribuições para o desenvolvimento das atividades da Unesp será icônico, e espero que traga às nossas guerreiras unespianas o mesmo caráter transformador da arte e cultura intrínseco ao movimento de 22”.

A medalha será concedida anualmente no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e irá inaugurar uma nova galeria de homenageadas na história da Universidade.

Sobre Heleieth Saffioti
Pioneira na introdução no Brasil de linhas de pesquisa sobre estudos de gênero e da mulher, Heleieth Saffioti foi docente na Faculdade de Ciências e Letras (FCLar), onde, aos 27 anos, se tornou uma das fundadoras do curso de Ciências Sociais. Em 2009, Heleieth recebeu o título de professora emérita em agradecimento à sua contribuição intelectual e aos mais de 40 anos de dedicação à instituição.

Tida como uma das mais importantes feministas brasileiras, seus estudos abordaram de forma precursora as relações sociais, econômicas e políticas entre os sexos. Sua tese de doutorado, sob orientação de Florestan Fernandes e intitulada “A mulher na sociedade de classes: mito e realidade”, defendida em 1967 e posteriormente publicada em livro, tornou-se uma referência para o feminismo e cientistas sociais. Heleieth Saffioti viria a publicar outra importante obra dentro dessa temática, “O poder do macho” (1987), que vendeu mais de 60 mil exemplares em 12 edições, um best seller na época.

Em 2005, a docente de Araraquara foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz ao lado de outras mil mulheres em uma indicação coletiva liderada pela organização suíça Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo. A iniciativa, que tinha como objetivo reconhecer o papel das mulheres em esforços pela paz, envolveu 52 brasileiras. Além de Heleieth, compuseram a lista Zilda Arns, Luiza Erundina, Zezé Motta, Niède Guidon, entre outras.

Heleieth foi casada com o também professor Waldemar Saffioti, que atuou ativamente para a criação do curso de Química da Unesp, também em Araraquara. A chácara em que o casal viveu ao longo de 26 anos foi doada à Unesp após a morte do marido, em 1999, e hoje abriga um centro cultural sob gestão da Universidade. Heleieth Saffioti faleceu em 2010.

Redação

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