Início Araraquara Valor da cesta básica em Araraquara tem redução de R$ 10,00

Valor da cesta básica em Araraquara tem redução de R$ 10,00

Em 2022, a cesta básica encareceu R$ 104,02 – o que corresponde a 12,52% de aumento, segundo o Sincomércio

Um estudo feito pelo Sincomércio de Araraquara apontou que o valor médio da cesta básica na Morada do Sol teve queda de aproximadamente R$ 10,00. A diminuição dos preços dos produtos de alimentação contribuiu para a redução.

De acordo com o Sincomércio, o custo médio da cesta era de R$ 950,20 em julho e passou para R$ 939,40 – redução de R$ 10,80. 

O grupo de alimentação, que tem maior influência sobre o custo total da cesta, foi o único a apresentar queda, com variação percentual de -1,72% no mês, ou R$ 13,49 a menos, sendo responsável pela deflação da cesta básica. Entre as altas, o grupo de higiene pessoal foi o que apresentou maior elevação, de 1,65%. Na sequência, os itens de limpeza doméstica tiveram aumento semelhante: 1,59%.

No mesmo mês, os produtos com maior acréscimo percentual foram: farinha de mandioca torrada (9,2%), leite em pó (6,4%), cebola (5,5%), molho de tomate (5,3%) e papel higiênico (4,1%). E as principais quedas percentuais foram: batata (-20,2%), óleo de soja (-9,1%), alho (-5,8%), feijão carioca (-4,2%) e queijo muçarela (-3,9%).

Disparadamente, a carne de primeira – contrafilé foi o produto que mais reduziu em termos reais, provocando economia de R$ 5,37 no custo médio da cesta, em razão da queda de R$ 1,79 o quilo. Na outra ponta, os aumentos que mais impactaram o bolso do consumidor vieram novamente do leite em pó, derivado lácteo que apresentou elevação de R$ 3,88 no custo da cesta analisada, em razão da alta de R$ 1,29/lata.

A batata, principal variação percentual mensal negativa, apresentou forte queda decorrente da maior oferta de tubérculos, em função da intensificação da colheita da safra de inverno, conforme era previsto, de acordo com CEPEA-ESALQ/USP. “Nesse caso, a tendência para as próximas semanas é que o pico de colheita alcançado nos últimos dois meses se mantenha até o início de setembro”, avalia Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio.

A queda com maior impacto sobre o custo da cesta, da carne de primeira – contrafilé, segundo a CEPEA-ESALQ/USP, está atrelada a fraca demanda interna, resultado da fragilidade do poder de compra do consumidor por conta da inflação elevada. “Na prática, isso significa que a carne bovina vem sendo substituída por opções de proteínas mais em conta, como carnes suína e de frango e ovos. Com isso, apesar do bom ritmo de exportações e redução recente dos abates, que exercem pressão altista sobre preços, os estoques dos frigoríficos seguem elevados, fazendo com que os preços baixassem em agosto”, explica o pesquisador.

No último mês, novamente o leite em pó figurou entre as maiores variações percentuais positivas. Os derivados lácteos vêm sendo destaque em razão das pressões para cima geradas pela valorização do leite. Essa majoração é resultado, de acordo com a CONAB e CEPEA-ESALQ/USP, da oferta limitada no mercado interno, gerado por três fatores: o período entressafra, os custos de produção elevados e a baixa disponibilidade de leite.

Inflação acumulada no ano

No acumulado de janeiro a agosto de 2022, a cesta básica encareceu R$ 104,02 – o que corresponde a 12,52% de aumento. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram encarecimento. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 23,32% ou R$ 13,19, os itens de higiene pessoal subiram 14,1% equivalente a R$12,26 e o grupo de alimentação – o maior impacto financeiro – ficou 11,44% ou R$ 79,09 mais caro.   

Entre os produtos, 29 de 32 apresentaram encarecimento entre os meses de janeiro e agosto de 2022. Nesse sentido, os itens com maior alta acumulada nos oito primeiros meses do ano foram: queijo muçarela (67,4%), cebola (50,2%), feijão carioca (37%), sabão em barra (33,5%) e farinha de mandioca (29,9%). Apenas açúcar refinado, linguiça fresca e óleo de soja apresentaram redução de preço no mesmo período, com quedas de 3,6%, 1,77% e 0,84%, respectivamente.

A variação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 15,35% – encarecimento de R$ 125,02. Entre os grupos de produtos, todos apresentaram sobrepreço acima dos 13%. Os produtos de limpeza doméstica registraram alta de 33,6% ou R$ 17,56, os itens de alimentação subiram 13,4% – o maior impacto financeiro, R$ 90,93 – e o grupo de higiene pessoal ficou 20,01% ou R$ 16,53 mais caro.

Nessa análise, 30 de 32 produtos oscilaram para cima – o que corresponde a 94% dos itens que compõe a cesta básica analisada. No acumulado de setembro de 2021 a agosto de 2022 destacam-se: cebola (153,4%), queijo muçarela (51,1%), café torrado (49,4%), sabonete em barra (42,1%) e sabão em pó (39,88%). Apenas dois produtos apresentaram variação negativa no mesmo período: arroz branco (-3,96%) e carne de segunda – acém (-4,44%).

Salário mínimo

O custo médio da cesta básica em Araraquara representa atualmente 77,5% do salário mínimo. O valor é inferior ao registrado no mês anterior, de 78,4%, e 3,5 pontos percentuais acima do registrado no mesmo mês do ano anterior, em agosto de 2021, quando o valor da cesta básica representava 74% do salário mínimo vigente à época. Em agosto de 2020 e 2019, a cesta básica custava, em média, R$ 650,44 e R$555,93, representando, respectivamente, 62,2% e 55,7% do salário mínimo do araraquarense.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.212,00, em agosto, ficou em 170 horas e 31 minutos, aproximadamente. Essa jornada é inferior ao mês anterior, julho, quando eram necessárias 172 horas e 28 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de produtos.

Redação

Sair da versão mobile