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8 de Março: nadando contra a corrente

Edna Martins (*) Em pleno século XXI podemos responder que as mulheres querem um novo mundo, um novo marco civilizatório. Até aqui a humanidade foi incapaz de promover a igualdade entre os sexos. Esse modelo de sociedade em que vivemos continua alimentando antigos valores e crenças e já mostrou sua limitação em promover a felicidade ou o bem-estar de todos. Excludente, não respeita as diferenças, não valoriza as pessoas pelo que são, por seus esforços, mas pelo que possuem. As vozes das mulheres são bem claras! Que as pessoas possam ser quem são sem perturbação. Que sejam respeitadas as suas diferenças! Queremos uma democracia  onde todos têm direito à voz, à voto, à ser votado. Que todos independente de sexo, raça, classe social, religião, tenham direito à uma vida digna, ao desenvolvimento pessoal, acesso ao trabalho em condições de igualdade. E lutar por esses quereres ainda é necessário. E é, ao mesmo tempo, nadar contra a corrente. O movimento de mulheres é, por definição, resistência. E, nesta condição mudou vidas, oportunizou a esperança. Não são poucos os intelectuais que reconhecem que o movimento de mulheres é responsável pelas principais mudanças culturais ocorridas em nossa história. Precisamos seguir lutando! Nossas meninas crescem num mundo violento, e especialmente, experimentam uma violência contra as mulheres. Assédios, estupros, mortes. Esse é o roteiro. Para que possamos mudar esse estado das coisas é preciso que tenhamos a sabedoria de nos juntar. Respeitar nossas diferenças e seguir juntando forças para a construção de novos valores que transformem a realidade. Nessa construção é preciso tornar o feminino  um signo positivo. É preciso que a sociedade reconheça as potencialidades das mulheres e valorize suas realizações. É preciso deixar de considerar o feminino sempre em oposição ao masculino, como forte-fraco. São grandes nossas responsabilidades como sujeitos  que desejam a transformação e sabemos que podemos causar mudanças. Podemos fazê-lo se estivermos juntas no que nos une: um mundo sem injustiça de nenhuma espécie. Um mundo que inclua à todos. Utopia!?  Não esqueçamos que um dia não tivemos direito ao estudo, ao trabalho, à opinião, à liberdade, ao voto! Estamos num outro lugar da história graças às mulheres destemidas que não acharam que era impossível. Lembrando Ema Goldman, trazemos uma importante lição da história, sempre foi por seu próprio esforço que os oprimidos tiveram a capacidade de libertar-se a si mesmos. Assim vamos todas, nestes tempos de intolerância, buscar nosso lugar construindo uma outra história. (*) Edna Martins é socióloga e diretora da Drads Araraquara
Redação

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