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A política do momento

Luís Carlos Bedran*

Política é a arte ou a ciência de governar; a de administrar um conjunto de
pessoas com a finalidade de lhes proporcionar bem-estar e um convívio harmônico em
sociedade. Também pode ser definida como a habilidade em se relacionar com os
nossos semelhantes para atingir uma série de finalidades, que tanto podem ser boas ou
não.
A primeira definição tem sua origem na Grécia antiga, há uns 2500 anos, berço
de nossa civilização ocidental, com os grandes filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles e
é a que mais nos interessa: a ciência de governar. Hoje é de uma complexidade enorme
e objeto de inúmeras tendências, acelerada pela tecnologia das comunicações no mundo
inteiro, a ponto até de muitos estudiosos entenderem-na que ela poderia ser substituída
pela decisão direta dos cidadãos, excluída a representatividade dos partidos.
Então, numa democracia, tal como na antiga ágora grega, a praça pública de
Atenas, os próprios cidadãos decidiriam sobre seus destinos, o que hoje seria facilitada
pela internet. Apesar dessa modernidade, ainda não há como substituir a votação
indireta em nossos representantes devido à enorme quantidade de pessoas existentes nas
cidades.
Em nosso país a liberdade de opções partidárias levou à criação de dezenas de
partidos e até mesmo a de proporcionar candidaturas pessoais, independentemente de
quaisquer filiações. Mas isso ainda é objeto de estudos. De qualquer forma, é o que se
tem.
Com relação às eleições presidenciais, percebe-se a fragilidade da maioria dos
partidos que sequer postulam posições ideológicas. Devem até prevê-las em seus
estatutos, mas papel aceita tudo. Na verdade, pretendem negociar fisiologicamente com
os outros mais fortalecidos, sabedores os candidatos ou as candidatas que não
conseguirão vencer de modo definitivo as eleições.
Tudo muito superficial, o que tem levado os votantes às maiores confusões nas
escolhas. Cada um dos candidatos ou candidatas, a bem da verdade, tem seus valores,
suas virtudes que não deixam de ser louváveis, independentemente de suas opções
ideológicas, se as tiverem. Pelo menos na aparência todos almejam o bem da Nação.
Entretanto, se formos analisar seus projetos, não há como negar que a grande
maioria deles é inviável. Talvez alguns deles, a longo prazo seriam pertinentes. No
entanto, o que importa, de imediato, é tentar resolver os problemas que afligem a Nação.
Mas para isso é preciso que o candidato ou candidata tenham soluções pragmáticas, pois
a nossa conjuntura atual é bastante crítica.
Mesmo que os postulantes possuam visão de estadista, que procuraria ao longo
de décadas tentar conseguir superar nossas eternas deficiências, sob todos os aspectos,
na realidade o mais importante de tudo agora é ganhar a Presidência da República. Mas

que os meios sejam compatíveis com os fins e não a todo custo. Com ética pessoal e de
responsabilidade.
É isso que os votantes deverão pesar. Uma oportunidade única, pelo menos para
os próximos quatro anos. Os projetos ou as promessas dos candidatos ou candidatas não
devem derivar para aqueles assuntos extremamente polêmicos e sim aos que tenham por
objetivo a criação de empregos, melhorar as condições de saúde, habitação e segurança
e que são os que mais preocupam o nosso povo.
Que os eleitores e as eleitoras levem isso em consideração no momento do voto,
pois é o futuro das novas gerações que está em jogo.

*Sociólogo

Redação

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