Alessandra Cristina do Nascimento, gerente de Controle de Vetores, foi a convidada da edição desta sexta-feira (16) do “Canal Direto com a Prefeitura”, programa produzido pela Secretaria Municipal de Comunicação. A entrevistada apresentou um panorama com atualizações da situação da dengue em Araraquara, as ações executadas pelo município no combate à doença e os cuidados que devem ser tomados pela população.
Alessandra explicou o motivo pelo qual Araraquara é considerada uma cidade endêmica. “Nosso município é considerado endêmico porque podemos ter casos de dengue durante todo o ano. Em alguns meses tem um número um pouco maior, normalmente de outubro a abril, mas durante todo o ano e em todos os anos temos casos de dengue na cidade”, salientou.
A gerente apontou alguns motivos que fazem com que Araraquara esteja com uma queda acentuada de casos em relação ao mesmo período do ano passado. “Tem a questão da sazonalidade da doença, que normalmente ocorre a cada dois ou três anos. No ano passado tivemos um número alto de casos, e também por estar sendo transmitido o mesmo sorotipo do ano passado, a população já teve no ano passado e é para estar mais tranquilo neste ano mesmo. Além disso, as ações também foram intensificadas. Desde o ano passado tivemos alerta de chegada de chikungunya, algumas cidades da região já estavam em alerta, então nós intensificamos as ações para evitar. Essa queda de casos se deve a todo esse conjunto”, apontou.
Alessandra falou sobre a atual situação da doença na cidade. “Neste momento, estamos com 74 casos confirmados de dengue. Notamos nas primeiras semanas um aumento no número, mas dentro do esperado para este período, então o momento é mais de atenção mesmo. Como estamos no Brasil, no estado de São Paulo, onde ocorre uma alta transmissão da doença, nós estamos com a atenção redobrada. É importante reforçar que o que nos preocupa é a questão da infestação. Nós estamos com um número de casos dentro da média para este período, mas a infestação de Aedes aegypti está muito alta no nosso município. Isso requer uma atenção redobrada para a eliminação dos criadouros”, comentou.
Ela reforçou a orientação para que a população colabore no combate à dengue na cidade. “É importante ficar atento a todo tipo de material que possa acumular água. Realizamos em janeiro a ADL, que é a Avaliação de Densidade Larvária, que é feita na cidade toda, em alguns quarteirões sorteados, para verificar exatamente a infestação e quais recipientes são predominantes, para que possamos direcionar as ações. Foi identificado que o nosso índice está a 4, onde o aceitável é menor que 1, e os principais recipientes, que é a nossa preocupação, são os materiais que têm utilidade para o morador. São aqueles materiais que estão no dia a dia da população, como garrafas que ficam no quintal, pratos, lonas, ou seja, são materiais que têm utilidade para ele, não são inservíveis.
Ela frisou um outro recurso utilizado no enfrentamento à doença na cidade. “O
município conta com um sistema de monitoramento de armadilhas. Através da empresa Ecovec, temos mais de 900 armadilhas espalhadas pela cidade. Essas armadilhas também nos apontam como está a infestação, a quantidade de mosquitos, se alguma armadilha capturou mosquito contaminado, por qual vírus ele está contaminado, como dengue, zika, chikungunya, febre amarela, e qual sorotipo estava presente no mosquito. Essas armadilhas também nos apontam esse alto índice de infestação”, pontuou.
Alessandra falou sobre os sintomas e quais medidas devem ser tomadas em caso de contrair a dengue. “Normalmente, os sintomas mais comuns são febre alta, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, alguns apresentam náuseas, vômitos e manchas avermelhadas pelo corpo. É importante não se automedicar e procurar imediatamente as unidades de saúde, que fazem também o exame que confirma o caso de dengue. Deve-se iniciar imediatamente a hidratação para não ter um agravamento da doença, e ficar atento aos sinais de alarme como dor abdominal, vômitos persistentes. Todas as nossas unidades de saúde estão preparadas para atender os suspeitos de dengue”, ressaltou.
Outro fator que atrapalha a atuação das equipes da Prefeitura é a disseminação de fakenews relacionadas à doença. “Nosso trabalho requer toda uma dinâmica, porque adentrar a casa dos moradores já é complicado por questões de segurança, então tem toda uma estratégia para conseguirmos, até porque precisamos atingir o máximo de imóveis para termos um bom resultado do trabalho. As fakenews atrapalham o acesso do agente, o morador fica resistente em permitir a vistoria. Nós sempre estamos informando qual é a situação, como estamos fazendo, o que é necessário fazer, e qualquer dúvida nos colocamos à disposição para ligar na Vigilância e se informar, então com certeza o trabalho é muito prejudicado com as fake news”, mencionou.
Ela destacou a importância do trabalho realizado no município no sentido de combater a dengue. “É um trabalho realizado o ano todo, não é só em período epidêmico, não é só quando tem casos confirmados. Nós temos esse trabalho o ano todo, para que quando tenhamos esse período de verão, a situação esteja mais controlada. Com isso, passa a entender que esse trabalho não é feito e isso não é verdade. Nós intensificamos durante todo o ano”, completou.