Início Araraquara Audiência Pública na Câmara debate ocupação de espaços públicos de Araraquara

Audiência Pública na Câmara debate ocupação de espaços públicos de Araraquara

Discussão foi solicitada pela vereadora Fabi Virgílio (PT) e aconteceu na tarde da segunda-feira (3)

A criação de um Plano Municipal de Ocupação do Espaço Público em Araraquara foi tema de Audiência Pública de autoria da vereadora Fabi Virgílio (PT), na tarde da segunda-feira (3), no Plenário da Câmara. Intitulada “Plano Municipal de Ocupação do Espaço Público pela Cidadania: ressignificar para pertencer”, a discussão teve o objetivo de trazer luz e sensibilidade ao Projeto de Lei Complementar nº 3/24 que dispõe sobre o assunto.

“O sentimento de pertencimento sobre um território tem sido a máxima responsável pelas transformações existentes na sociedade, e é exatamente esse o sentimento que move as nações. O ‘Plano Municipal de Ocupação do Espaço Público pela Cidadania: ressignificar para pertencer’ é uma política que se norteia por eixos estratégicos e visa a contribuir para que as cidades possam ser mais do que meros caminhos. Ou seja, é crucial o desenvolvimento de espaços urbanos mais vibrantes e significativos. A concepção de uma cidade como um local para a vitalidade, contemplação e disseminação de conhecimento e arte remete diretamente à sua função social”, resume a parlamentar.

Para orientar o crescimento e o desenvolvimento urbano de toda a cidade, o plano busca melhorar a qualidade de vida da população, reduzir as desigualdades socioeconômicas e tornar as cidades mais inclusivas, justas e ambientalmente equilibradas.

“A Praça das Bandeiras mostra que, quando ocupamos de fato um espaço com cultura, educação em direitos, esporte, vivacidade, percebemos que esse espaço passa a ter um outra tônica no desenrolar da vida urbana”, disse Fabi durante a audiência.

De acordo com a vereadora, a lei proposta busca nortear Araraquara sobre princípios de ocupações de espaços públicos pela cidadania. “Como usamos a cidade e vivenciamos essa cidade nos espaços não convencionais e também nos convencionais, usando as praças, as ruas, todas as vivências e as trocas entre pessoas.”

O representante da comissão organizadora do festival Já Deixa Salvo, Ronaldo Pires, pontuou que usou muito os espaços públicos da cidade, como o Gigantão. “Com 10 anos de idade, morava na Vila Xavier e atravessava a cidade para ir no Gigantão, que era aquela coisa monumental, linda, e treinava todos os dias lá. Então agradeço muito tudo o que a cidade me proporcionou como ser humano e gostaria muito de retribuir de alguma forma.”

No entendimento do vice-diretor da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara (FCLAr), Rafael Orsi, esse espaço utilizado dentro do espaço público é fundamental para a constituição do próprio cidadão, que olha para o espaço, se preocupa com ele e age sobre ele. “Os eventos nesses locais têm um forte impacto no campo do lazer, relaxamento, ciência, cultura, esporte. São dimensões que nos enriquecem como ser humano. A utilização desses espaços públicos traz embutido neles um conjunto de atividades e ações que nos projetam para a vida pública, para conhecer o espaço, para conhecer o movimento.”

“É importante que se traga esse diálogo, que se coloque isso no papel, que se transforme isso em planos de ação; é essencial que possamos refletir sobre esses espaços e ter embasamento de ação sobre eles”, avalia o professor.

Já a professora doutora em Planejamento Urbano da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Luciana Gonçalves, colocou que a apropriação dos espaços existentes tem que ser uma luta diária. “Qualificar e se apropriar desses lugares é entendermos que eles são de todos, eles têm que ser de todos. Vemos a dificuldade que temos dessa utilização quando vemos a necessidade de criar uma lei que garanta isso. Isso não deveria nem estar em uma proposta de lei, isso deveria ser o princípio do nosso planejamento urbano, o princípio do pensar a cidade, que ela é para todos.”

Também participou do debate o representante da Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, Denis Pimentta.

Redação

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