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Caças Saab F-39 Gripen entram em operação com o Esquadrão Jaguar da FAB

A operacionalização dos Gripens vem oito anos depois do Comando da Aeronáutica assinar um contrato cobrindo a compra de 36 aeronaves

Uma nova era se iniciou na Força Aérea Brasileira (FAB), na manhã desta segunda-feira (19), na Base Aérea de Anápolis (BAAN). Quatro caças Saab F-39 Gripen foram oficialmente introduzidos ao serviço operacional com o 1º Grupo de Defesa Aérea, o Esquadrão Jaguar (1º GDA). 

A cerimônia, presidida pelo atual Comandante da Aeronáutica Tenente Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr., contou ainda com a presença de ex-comandantes da FAB, membros do Alto Comando da Aeronáutica, veteranos do esquadrão e executivos da Saab, como o CEO da companhia sueca, Micael Johansson. Durante o evento, os aviões também receberam o tradicional batismo d’água. 

Durante a solenidade, dois caças F-39E, matrículas 4103 e 4104, pousaram na base, sob comando dos dois primeiros pilotos de Gripen da FAB: os Tenentes Coronéis Ramon Fórneas e Gustavo Pascotto (atual comandante do 1º GDA). Eles receberam da Saab, ao lado de demais oficiais da FAB, a Declaração Tática, documento que atesta a capacidade operacional militar dos novos aviões. 

operacionalização dos Gripens vem oito anos depois do Comando da Aeronáutica assinar um contrato cobrindo a compra de 36 aeronaves, sendo 28 da versão F-39E de um assento e oito F-39F, de dois assentos, essa última adquirida exclusivamente pela FAB. Em abril foi revelado que foi autorizada a compra de mais quatro aviões, permitindo a instalação do Gripen em uma segunda base aérea.

O Gripen representa um verdadeiro salto operacional e tecnológico para a defesa aérea brasileira. O desenvolvimento da aeronave, executado em conjunto por brasileiros e suecos, incorpora tecnologias encontradas nos caças mais avançados do mundo, como radar AESA, display panorâmico sensível ao toque (WAD) e o IRST (sensor de busca e rastreamento por infravermelho).

A ausência deste sensor, montado na frente do para-brisa, é quase sempre notada por observadores. Chamado de Skyward-G, o IRST fabricado pela Leonardo será instalado posteriormente. 

O Gripen E, como é chamado comercialmente, também possui arquitetura aberta. Este conceito, também encontrado em outros caças mais modernos, permite atualizações mais rápidas aos diversos sistemas do avião, sem necessidade de uma extensa modernização por blocos, como acontece em modelos mais antigos como o F-16. 

A aeronave possui 10 pontos duros para emprego de uma gama de armamentos, incluindo mísseis ar-ar e ar-solo, mísseis antinavio, bombas convencionais e inteligentes, equipamentos de guerra eletrônica e sensores para reconhecimento, identificação e ataque de alvos.

A FAB já recebeu os primeiros lotes dos mísseis ar-ar IRIS-T e Meteor, de curto e longo alcance, respectivamente. Produzidos na Europa pela Diehl e MBDA, estão entre os armamentos mais avançados de suas categorias. 

A compra dos F-39 é fruto do Projeto FX-2, onde o jato sueco venceu o Dassault Rafale francês e o Boeing F/A-18 Super Hornet norte-americano. O FX-2 tem suas origens no programa F-X da década de 1990, cancelado em 2002 no primeiro mandato do agora presidente eleito Lula.

A licitação foi lançada em 2006, mesmo ano em que 12 caças Mirage 2000 foram comprados para substituírem os Mirage III, aposentados um ano antes. Em dezembro de 2013 o então Gripen NG foi anunciado como vencedor do FX-2.

Um dos fatores que pesaram a favor do monomotor sueco foi o amplo pacote de transferência de tecnologia, onde o Brasil participa do desenvolvimento do avião. Empresas como AEL Sistemas, Akaer, Atech e Embraer estão diretamente envolvidas com o projeto, além de instituições de governo como DCTA e IPEV. 

Com a introdução em serviço dos quatro primeiros Gripens, a expectativa agora é o recebimento das demais 36 aeronaves e o desenvolvimento de suas capacidades. O cronograma mais recente, apresentado em maio pelo Comandante da FAB, prevê o fim das entregas em 2027. 

(Com informações: Aeroflap)

Redação

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