Da redação
De acordo com Maristela Cristina Santos Oliveira, o caso lhe deixou indignada com tamanho descaso com que foi tratada na unidade de saúde que atende a uma das regiões mais populosas da cidade. Ela relata que logo depois de sair da igreja que frequenta com seu marido, o pedreiro José Edson da Silva de Oliveira, de 43 anos, por volta de 21h25 de domingo (4), procurou o atendimento na UPA, pois estava com uma forte dor no estômago e ânsia de vômito. Chegando à unidade de saúde, foi atendida na recepção e orientada a esperar pelo atendimento médico. Cerca de uma hora e meia depois, seu marido, já não aguentando mais vê-la se contorcendo de dor e vomitando no chão da sala de espera, percorreu as salas onde são feitos os atendimentos médicos e o setor de emergência na tentativa de encontrar algum funcionário, mas encontrou tudo vazio.
O pedreiro relatou para a reportagem do O Imparcial que ficou indignado com a demora no atendimento e, por isso, passou a filmar as salas da unidade para mostrar que nenhum atendimento estava sendo realizado no momento e, por isso, não haveria motivo para a demora.
“Quando as enfermeiras que estavam sentadas em uma sala viram que eu estava filmando se levantaram rapidamente e passaram a mexer na pia e na mesa de medicação, dando a entender que estavam fazendo algum atendimento. Logo uma delas me abordou a pediu para eu parar de filmar seu rosto. Eu disse que não filmei a cara de ninguém, só queria mostrar que não havia nenhum atendimento sendo realizado na unidade e minha esposa estava esperando há quase uma hora e meia com dores. Revoltadas, as funcionárias acionaram a Polícia Militar que veio até a unidade, mas não conversou comigo. Elas disseram que não atenderam minha mulher porque havia uma criança sendo atendida na área de emergência e o médico estava ocupado, mas não é verdade, eu filmei tudo e estava tudo vazio”, contou José.
A prefeitura, através de sua assessoria de imprensa, divulgou uma nota, onde dá outra versão para o fato e diz que o tempo que a paciente aguardou desde a chegada à unidade até o atendimento teria sido de 1h13. Maristela discorda. Ela disse que é hipertensa e enquanto aguardava pelo atendimento sua pressão arterial teria subido muito, correndo risco de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), mas, mesmo assim, depois de passar pelo médico só foi medicada com remédios para o estômago e para cólica. “Eu tive que chegar em casa e tomar dois remédios para baixar minha pressão que estava muito alta, por que não me deram nada lá na UPA. Me sinto injustiçada com a falta de respeito com que fui tratada e, ainda por cima, me acusam de mentir sobre a demora no atendimento. Espero que a verdade venha à tona e que outras pessoas não passem pelo o que eu passei”, desabafou Maristela.
Nota da prefeitura
Sobre o vídeo que está circulando nas redes sociais, a respeito do atendimento na UPA do Valle Verde na noite do último domingo, dia 04, vale ressaltar que:
– Dois profissionais médicos estavam de plantão no local na noite de domingo. Um deles estava na ala de emergência no atendimento a uma criança com classificação de risco “amarela” e o outro acabara de atender a pacientes Maristela Cristina Santos Oliveira, esposa do reclamante, com classificação de risco “verde”. Portanto, quando o vídeo foi produzido, a paciente já havia passado por acolhimento e por consulta médica, estando no aguardo da medicação.
– A paciente deu entrada na UPA, conforme prontuário médico, às 21h27 com queixas de dores abdominais. Passou pela classificação de risco às 21h44, em seguida pela consulta médica. Foi medicada às 22h40. Portanto, entre a realização da ficha e a alta médica passou-se uma hora e treze minutos.
– O próprio vídeo demonstra duas profissionais da enfermagem preparando a medicação da paciente e, logo em seguida, a chamando para o procedimento.
– Importante ressaltar que a criança com risco “amarelo”, minutos antes, havia vomitado na sala de aplicação de medicação, sendo necessário, portanto, a higienização do local antes da chamada do próximo paciente.
– A Secretaria Municipal de Saúde lamenta a exposição de funcionários públicos municipais, numa tentativa clara de macular o serviço essencial prestado por eles e se solidariza com toda a equipe que se sentiu constrangida com a forma como o assunto foi levado à população, por meio de setores da imprensa, sem que todas as partes fossem ouvidas. Por meio dos setores jurídicos da Prefeitura de Araraquara, tomaremos todas as medidas necessárias para garantir os direitos dos nossos profissionais.
Secretaria Municipal da Saúde