Os caminhos do pensar são muito curiosos e estão relacionados, é claro, com uma estética do fazer. Trata-se, portanto, de uma discussão qualitativa, difícil de quantificar, pois está cercada de mistério e de possibilidades, algo que nos torna mais humanos, dentro das infinitas características de cada um.
As escadas que levam às portas do cérebro, ainda um universo pleno de desconhecimento, mesmo para as mais avançadas das ciências, conduzem também a portas de sonhos que se abrem, em graus menores e maiores, de acordo com as histórias individuais, para aquilo que costumamos chamar de realidade. E quanto de imponderável existe nesse processo… O pensar se cristaliza a partir de vários movimentos. Há aqueles que tomam decisões baseadas na emotividade e no impulso. Outros preferem a racionalidade e o equilíbrio do planejamento. E como deixar de lado os criativos sempre dispostos a surpreender em busca do inaudito! A mão que realiza o que o cérebro pensa ganha ainda outras dimensões que passam pela capacidade humana de se re-ligar ao imponderável destino, caso ele exista, e ainda o de conviver com a negatividade absoluta, presente quando o indivíduo não acredita na humanidade como um todo e muito menos em si mesmo como força individual em potência. Dessas confusas coordenadas, nasce o movimento que a mão realiza. E esta, num movimento dialético, também abriga o cérebro que executa, pois as ações e os pensamentos interagem colocando um fluir permanente de dinâmicas existenciais. Pensares e fazeres constituem assim um único caminhar por veredas pouco conhecidas – e, por isso, tão fascinantes. Oscar D’Ambrosio, mestre em Artes Visuais e doutor em Educação, Arte e História da Cultura, é Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. |