A Penitenciária “Dr. Sebastião Martins Silveira” de Araraquara, por meio de um acordo de cooperação técnica com a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento e vinculado ao Programa Municipal “Colhendo Dignidade”, desenvolve o Projeto de Horta Comunitária – uma iniciativa de cunho social e educativo que alia a produção orgânica de alimentos à formação de pessoas privadas de liberdade (PPL).
A produção da horta é destinada ao Banco Municipal de Alimentos, que realiza a doação para 42 entidades socioassistenciais, beneficiando mais de 4.500 pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Com foco na sustentabilidade, inclusão e geração de oportunidades, o projeto reforça o compromisso com ações transformadoras e de impacto positivo para toda a sociedade.
Já participaram do projeto 40 reeducandos de forma rotativa; que produzem mais de 16 espécies de olerícolas, dentre elas: alface, couve, cebolinha, salsinha, rúcula, chicória, cenoura, brócolis, beterraba, dentre outros. O programa se consolida assim como uma poderosa ferramenta de transformação, que atua simultaneamente em três dimensões: formação profissional, reinserção social e desenvolvimento humano. Cada hortaliça cultivada representa não apenas alimento para quem recebe, mas também esperança e novas oportunidades para quem produz.
Para o Chefe de Departamento do estabelecimento penal, Alexandre Ricardo Razera, os benefícios do projeto se estendem além do cultivo: “É uma satisfação poder participar desse projeto, que traz aos privados de liberdade o conhecimento, a forma e a técnica no manuseio das hortaliças, sem contar com os dias remidos que ajudam a diminuir suas penas proporcionando um retorno à sociedade mais breve e com uma profissão a seguir”.
Razera destaca que ao transformar um espaço antes inutilizado em um ambiente de aprendizado, produção e dignidade, o Projeto de Horta Comunitária mostra como a ressocialização eficaz pode ser alcançada por meio de educação, trabalho e parceria institucional. É um exemplo inspirador de que onde há oportunidade, há transformação.
O Chefe de Seção de Formação Educacional, Trabalho e Capacitação Profissional, Leandro D´Avilla, que acompanhou todas as etapas do projeto, destaca a força transformadora da iniciativa: “O projeto é a prova viva do poder de transformação que existe em cada ser humano. É uma honra fazer parte dessa iniciativa e testemunhar seu impacto, não apenas na vida dos privados de liberdade, mas em toda a comunidade. Este projeto vai muito além de uma horta, é um símbolo de recomeço, dignidade e transformação social”.
O projeto Horta Comunitária surgiu durante uma reunião de correição conduzida pelo Juiz Corregedor, Dr. José Roberto Bernardi Liberal, e permanece ativo há um ano, tem como objetivo oferecer as pessoas privadas de liberdade conhecimento técnico por meio de cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) sobre o cultivo de olericulturas, proporcionando-lhes habilidades que podem ser aplicadas na reintegração social, após o cumprimento de suas penas. A iniciativa envolve cultivo e manutenção de uma horta de 3.600 m² em área interna do estabelecimento penal.