“Você não vai fazer filme para agradar a minoria com dinheiro público”, disparou a atriz.
“Todos estão livres para se expressar, contanto que busquem seus patrocínios na sociedade civil”, continuou a secretária especial da Cultura.
Na mesma entrevista, Regina disse que a Lei Rouanet precisa ser democratizada. “O bolo pode ser repartido em fatias mais equilibradas, mais justas, para todo fazedor de cultura, de arte.”
A atriz disse que não sente nenhum desconforto em relação ao fato de Bolsonaro ser saudosista ao período da ditadura militar no Brasil. “Eu estou vivendo a história do meu país do jeito que ela vem. Porque a história ela é… Ela anda.”
Os primeiros dias no cargo foram marcados por “enormes dificuldades”, segundo Regina, que afirmou que há uma facção que quer ocupar o seu lugar. “Quer que eu me demita, que eu me perca”, disse. “Já tem uma hashtag #ForaRegina. Eu nem comecei!”
Nesta primeira semana de gestão, a atriz exonerou nomes ligados à ala olavista do governo. “Exonerações são necessárias. Eu quero ter uma equipe na qual eu possa confiar”, disse.
Entre as exonerações oficializadas está a de Dante Mantovani, da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, que é aluno do guru de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, membro da Cúpula Conservadora das Américas, e já fez declarações ligando o rock ao satanismo.
Uma possível futura demissão é a de Sérgio Camargo, da Fundação Palmares. Nas palavras da secretária, Camargo é “ativista, mais que um gestor público”. No entanto, ela diz que está “adiando esse problema”, para baixar a temperatura. “E logo, logo a gente vai ver.”
Nas redes sociais, a entrevista rendeu críticas para Regina: “Olha que engraçado… No Brasil, pretos e pardos são maioria na população, então não vão fazer filmes para brancos? Eles são minoria!”, “Olha Regina no último Censo, apenas 31% da população era evangélica, ou seja, uma minoria… Não vão fazer filmes para essa minoria?” e “Esse é o governo dos absurdos, cada hora é um ministro ou secretário falando uma bobagem… Se eles quiserem já podem parar de falar e começarem a trabalhar”, foram alguns comentários.