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Voto: a voz do povo

Suze Timpani

O percentual das pessoas que dizem escolher votar em branco, nulo ou que ainda não sabem em quem votar, é de 36 a 40 por cento, segundo pesquisa de DataPoder 360.

Nas redes sociais é possível ver pessoas que acreditam que pagar a multa por não votar, é mais barato que o litro de gasolina que se gasta para ir até a zona eleitoral, outros ainda, acreditam ser perda de tempo, pois podem inclusive anular uma eleição com 50% + um de nulos. Ledo engano.

Como apenas os votos válidos são considerados na contagem final, se a maioria dos eleitores votar nulo, todos esses votos serão descartados e ganhará o candidato com o maior número de votos válidos. Mesmo se mais de 50% dos eleitores votarem nulo, a eleição não é anulada.

Prevista na Constituição da República de 1988, mas regulamentada apenas com a edição da Lei das Eleições (Lei 9.504/97), a alteração tornou os votos em branco inválidos, igualando-os aos nulos. Desde então, os votos brancos também são descartados na apuração dos candidatos eleitos.
A descrença na política e políticos é geral, os jornais estampam diariamente desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, caixa 2, benesses inconcebíveis, e uma carga tributária de dar inveja a Suécia, onde, os brasileiros já não suportam “bancar”. Eleitores já não acreditam em urnas eletrônicas e pedem o voto impresso e ainda estão perdidos em meio a tantos candidatos investigados. Cenário perfeito para que os populistas subam nas pesquisas.
Por essas e outras, o eleitor vai ficando entediado e o tédio pode ser mais anárquico que a própria anarquia.
Geralmente, políticos depois de eleitos não costumam ouvir a voz do povo, mas eleitores só podem ser ouvidos através do voto.
Não votar significa calar-se diante de desmandos, é colocar no poder, pessoas que deveriam estar na cadeia, é se isentar e não ter o direito de reclamar. O voto nulo tem pouco valor como protesto, é uma atitude um tanto quanto alienada de quem não se importa com os rumos do país. Se as pessoas conscientes anularem seu voto, a eleição será decidida apenas pelos menos capacitados. E de falta de capacidade o mundo está cheio.

Redação

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