A possibilidade de volta às aulas é a oportunidade para colocar a vacina contra o câncer de colo do útero em dia. O país registra mais de 16 mil novos casos por ano e 5.700 mortes. Esse tumor é o terceiro mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama e câncer de cólon.
O oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Faculdade de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal), ressalta a importância das medidas preventivas: “A vacinação contra o HPV de 90% das meninas e adolescentes de até 15 anos de idade é indispensável para atender ao chamado internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a eliminação dessa doença oncológica”.
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos de Papilomavírus Humano (HPV). “Na maioria das vezes, esse vírus causa infecção genital sem relação direta com qualquer doença. Mas, em alguns casos, podem ocorrer mudanças das células que podem evoluir para o câncer”, explica o pesquisador da Unifesp.
O oncologista do Hospital Albert Einstein reforça a importância da realização anual de exames de Papanicolau. “As mulheres entre 25 e 65 anos precisam fazer essa visita ao seu médico. Essa é uma forma de diagnóstico precoce da doença”.
Com desenvolvimento lento, o câncer do colo do útero pode não manifestar sintomas na fase inicial. Ramon de Mello ressalta que nos casos mais avançados, as pacientes podem apresentar sangramento vaginal intermitente ou após a relação sexual vaginal: “O tumor também pode provocar secreção vaginal anormal e dor no abdômen relacionada a queixas urinárias ou intestinais”.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Oncologista clínico e professor adjunto de Cancerologia Clínica da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Ramon Andrade de Mello tem pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Câncer de Pulmão no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra) e doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).