sexta-feira, 22, novembro, 2024

10 DE AGOSTO É DIA DE LUTA! VAMOS PRA RUA!

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No dia 11 de julho ocorreu uma situação inédita no Brasil. Todas as centrais
sindicais brasileiras reuniram-se na sede do DIEESE (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos) e, após avaliações da conjuntura política,
econômica e social, deliberaram pela realização de um dia nacional de lutas, o dia 10 de
agosto, com paralisações e mobilizações nos locais de trabalho para convencer os
trabalhadores e toda a população da necessidade da resistência e da luta contra os
ataques dos governos e dos grandes conglomerados empresariais e financeiros que
estão gerando uma das maiores crises econômicas que este País já enfrentou.
Os dirigentes chegaram ao consenso de que é preciso dar um basta no crescente
desemprego no país, que é necessário frear as freqüentes retiradas de direitos sociais e
trabalhistas, que se impõe bradar contra as privatizações que entregam o patrimônio
público aos grupos econômicos privados, como, por exemplo, a associação da EMBRAER
com a BOING americana, que não é mais possível suportarmos os seguidos aumentos do
gás, que não é cabível o silêncio diante do sucateamento dos serviços de saúde,
educação e da seguridade social.
Por meio dos noticiários nos grandes meios de comunicação, é possível vermos o
caos na saúde pública em todo o País. Os recursos dos tributos que pagamos continuam
a escoar pelos ralos da corrupção e das licitações fraudulentas. São dinheiros que
acabam nos bolsos de políticos desonestos que estão em todas as esferas de governo.
Enquanto isso, os planos de saúde privados aumentam assustadoramente as
mensalidades, tornando-se inacessíveis até para a classe trabalhadora melhor
remunerada.
Estará no centro dos protestos do dia 10 de agosto a luta pela revogação da
Reforma Trabalhista e o arquivamento definitivo da Reforma Previdência, cujo projeto
continua no Congresso na expectativa de ser analisado e aprovado posteriormente às
eleições, ainda neste ano. Corre nos bastidores do Congresso que os grupos de
previdência privada, após a eleição em outubro, vão encher os bolsos dos parlamentares
reeleitos ou não.
Também merecerá destaque nas manifestações a indignação dos trabalhadores
com o tamanho do desemprego em todas as regiões do Brasil. Hoje são mais de 14
milhões de trabalhadores desempregados. Somados aos desalentados e aos jovens que
não conseguem o primeiro emprego, temos 27,7 milhões de desocupados, parte
“empregado” pelo crime organizado.
Para agravar a crise social e econômica, o Tesouro Nacional, até o mês de maio,
gastou mais de 40% do orçamento com o pagamento de juros e encargos da dívida
pública interna e externa, enquanto destinou somente 4,2% para a saúde pública e
apenas 3,1% para e educação. De acordo com dados do Banco Central, entre janeiro de

2017 e janeiro de 2018, o Brasil gastou exatos R$ 392 bilhões do orçamento com o
pagamento de juros. Ai está uma das principais causas da crise econômica e social do
país, e não interessa ao capital rentista resolvê-la.
Penso que para dar resposta contundente a tudo isso, além dos eventos previstos
para o próximo dia 10 de agosto, chegou o momento das centrais sindicais convocarem e
organizarem uma forte Greve Geral contra esses ataques, como foi a do dia 28 de abril do
ano passado. É preciso fortalecer a luta da classe trabalhadora, enfrentando também as
burocracias sindicais que só encaminham lutas corporativas e assistencialistas, sem se
preocuparem com os ataques gerais contra os trabalhadores.
No dia 10 de agosto, nos locais de trabalho, de estudo ou moradia, deveremos
estimular as pessoas a irem às ruas para apoiar a luta dos trabalhadores representados
pelas centrais sindicais, de forma que possamos mostrar à classe política a nossa força.
Eles têm que sentir que somente o processo eleitoral viciado, corrompido, não basta para
tirarmos governantes indignos do poder. Chega de ataques aos nossos direitos! Basta de
roubalheira! Basta de desemprego! Basta de corrupção!
(*) Walter Miranda é militante da CSP Conlutas e do PSTU, membro do
Conselho Fiscal do Sinsprev-Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência
do Estado de São Paulo e presidente do Sindifisco-Nacional-Sindicato dos
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, Delegacia de Araraquara.

Redação

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